Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Guedes tenta minimizar explosão do dólar e repete promessa antiga

Guedes voltou a minimizar riscos advindos da “turbulência internacional” e considerou que o Brasil vai “decolar” enquanto o mundo está enfraquecendo e a América Latina está “estagnada”. A evasão de investidores e divisas, ao longo dos últimos 12 meses, não constou no discurso do ministro.

Quinta, 20 de Fevereiro de 2020 às 16:22, por: CdB

Guedes voltou a minimizar riscos advindos da “turbulência internacional” e considerou que o Brasil vai “decolar” enquanto o mundo está enfraquecendo e a América Latina está “estagnada”. A evasão de investidores e divisas, ao longo dos últimos 12 meses, não constou no discurso do ministro.

 
Por Redação - de Brasília
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o patamar do dólar deve ser mais alto conforme os juros de equilíbrio caem. Ele afirmou que a economia passará a crescer 2% com as reformas — em declarações ouvidas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira. A promessa tem sido repetida ao longo do último ano, mas a economia brasileira não saiu do lugar, ao longo de 2019, com crescimento pouco acima de 0%.
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Paulo Guedes não falou sobre a fuga de investidores, que se prolonga desde meados do ano passado
Guedes voltou a minimizar riscos advindos da “turbulência internacional” e considerou que o Brasil vai “decolar” enquanto o mundo está enfraquecendo e a América Latina está “estagnada”. A evasão de investidores e divisas, ao longo dos últimos 12 meses, não constou no discurso do ministro. Em cerimônia de lançamento do Crédito Imobiliário com taxa fixa — com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do presidente do BC —, Guedes disse que o crédito está chegando às camadas mais simples da população. Ainda assim, as taxas de juros no balcão e nos cartões de crédito ainda estão entre as mais altas do mundo, o que permite uma taxa de lucro recorde dos grandes bancos. Enquanto Guedes falava, as instituições que representam o setor bancário, no país, divulgava a pesquisa que aponta o lucro de mais de 30% das cinco maiores instituições financeiras do país (três privadas e duas estatais). A alta foi de exatos 30,3% nos ganhos em 2019 em comparação com 2018. No ano passado, o rendimento dos bancos chegou ao total de R$ 108,019 milhões frente a R$ 82,902 milhões do ano anterior.

Altos lucros

Os principais bancos do país são: os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; e os privados Bradesco, Itaú Unibanco e Santander. O Itaú foi o que teve o lucro nominal mais robusto: R$ 28,4 bilhões. Mas foi da Caixa, que recebia o ministro, nesta manhã, o maior aumento percentual: 103,4%. Ainda nesta quinta-feira, o BC informou que já reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%. De acordo com o Banco, a redução da alíquota representa em termos de estoque uma liberação de R$ 49 bilhões, com efeito a partir de 16 de março. Além disso, o BC ainda informou que aumentou a parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo), o que significa uma redução estimada em outros 86 bilhões de reais na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade necessários para o cumprimento do LCR.

Estresse

Essa medida, segundo o BC, vai na direção de reduzir a sobreposição entre estes instrumentos. “Em decorrência das duas medidas, o percentual de cada nova captação de depósito que a instituição financeira deve direcionar para o cumprimento desses requisitos regulatórios deve se reduzir em média em 8,5 pontos percentuais”, explicou o BC em comunicado. O LCR determina que as instituições devem manter uma reserva mínima de ativos líquidos para absorverem choques em cenários de estresse de liquidez. Os recolhimentos compulsórios podem, por sua vez, servir como mecanismo de incentivo à redistribuição de liquidez no sistema e de suporte à estabilidade financeira, como ocorreu ao longo da última década, informou o BC. Segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, é algo “natural” que, no atual ambiente econômico, boa parte dos R$ 135 bilhões liberados às instituições financeiras com as medidas de redução de compulsórios e ajuste nas regras de requerimentos de liquidez anunciados nesta quinta-feira seja direcionada a empréstimos.
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