Segundo testemunho de moradores e funcionários locais que pediram anonimato, um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres foi raptado a cerca de 10 quilômetros a sudeste de Arbinda, e outro grupo, de cerca de 20, no dia seguinte, ao norte da cidade. Algumas das mulheres conseguiram fugir.
Por Redação, com agências internacionais - de Arbinda, Burkina Faso
Cerca de 50 mulheres raptadas nestas quinta e na sexta-feiras por presumíveis jihadistas na zona de Arbinda, no norte de Burkina Faso, ainda não foram localizadas, segundo admitiram autoridades locais e moradores, neste domingo.
Segundo testemunho de moradores e funcionários locais que pediram anonimato, um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres foi raptado a cerca de 10 quilômetros a sudeste de Arbinda, e outro grupo, de cerca de 20, no dia seguinte, ao norte da cidade. Algumas das mulheres conseguiram fugir e regressar às suas aldeias, relatando o que ocorreu.
— As mulheres juntaram-se para colher folhas e frutos silvestres no mato, porque já não há nada para comer — relata um morador, acrescentando que tinham partido com suas carroças na quinta-feira.
Terroristas
Ainda segundo um outro morador, na quinta-feira à noite, quando não voltaram, os familiares pensaram que teria havido um problema com as carroças.
— Mas três regressaram para contar o que aconteceu — disse.
No dia seguinte, 8 km ao norte de Arbinda, cerca de 20 mulheres que não tinham sido informadas do primeiro rapto foram, por sua vez, levadas, disse, acrescentando que em ambos os grupos, algumas conseguiram escapar à vigilância dos terroristas e regressaram à aldeia a pé.
— Acreditamos que os raptores as levaram para suas várias bases — acrescentou.
Jihadistas
Segundo oficiais locais, que confirmaram os raptos, o Exército e seus auxiliares civis percorreram a área, sem êxito. A comunidade de Arbinda está localizada na região do Sahel, no Norte de Burkina Faso, área sob bloqueio de grupos jihadistas e que é difícil de abastecer com alimentos.
Quase 1 milhão de pessoas vive atualmente em zonas bloqueadas no Norte ou Leste do país, de acordo com as Nações Unidas. Desde 2015, Burkina Faso, principalmente em sua metade norte, tem enfrentado ataques crescentes de grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda e ao autoproclamado Estado Islâmico, que já fizeram milhares de mortos e pelo menos 2 milhões de deslocados.
Ibrahim Traoré, o presidente de transição que emergiu de um golpe militar em 30 de setembro - o segundo em oito meses -, estabeleceu o objetivo de recuperar o território ocupado por esses grupos terroristas.