Zelensky viaja pela Europa logo após uma nova onda de ataques russos noturnos ao setor energético da Ucrânia, que deixaram ao menos seis mortos e causaram cortes de energia em todo o país.
Por Redação, com RFI – de Kiev
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, iniciou nesta quarta-feira uma viagem por vários países europeus, começando pela Noruega, para buscar mais apoio contra Moscou. Ele considerou a proposta de Donald Trump de discutir com a Rússia com base na atual linha de frente dos combates como “razoável” para o início de uma negociação para a paz.

Zelensky viaja pela Europa logo após uma nova onda de ataques russos noturnos ao setor energético da Ucrânia, que deixaram ao menos seis mortos e causaram cortes de energia em todo o país.
Zelensky viaja pela Europa logo após uma nova onda de ataques russos noturnos ao setor energético da Ucrânia, que deixaram pelo menos seis mortos e causaram cortes de energia em todo o país.
Em Oslo, o presidente ucraniano se encontrou com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, antes de uma reunião agendada na Suécia com o primeiro-ministro Ulf Kristersson, na cidade de Linköping, sede do grupo de defesa Saab. A fabricante produz os caças Gripen, sistemas de armas e submarinos.
Na sequência, ele viajará para a cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas nesta quinta-feira. Os europeus esperam chegar a um acordo sobre apoio financeiro de longo prazo para a Ucrânia. Depois, Zelensky segue para Londres, na sexta, onde ocorrerá uma reunião da “coalizão dos dispostos”.
Esta visita a aliados europeus ocorre após a visita do líder ucraniano Zelensky a Washington, na semana passada, onde não conseguiu convencer Donald Trump a fornecer mísseis de cruzeiro Tomahawk ao seu país.
Putin continua disposto a encontrar Trump
Trump pareceu fechar a porta para a entrega do armamento após uma conversa telefônica com Vladimir Putin, durante a qual os dois concordaram em se encontrar em breve em Budapeste, Hungria. Mas o líder americano reiterou na terça-feira que não queria discussões “inúteis” ou uma “perda de tempo” com seu homólogo russo.
Apesar de um aparente adiamento indefinido da cúpula, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, garantiu na quarta-feira que os preparativos “continuam”. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou que “os prazos não foram definidos”.
– Tudo isso está chegando, mas requer uma preparação cuidadosa – disse ele durante uma coletiva de imprensa.
Segundo relatos da imprensa americana, o impasse diz respeito principalmente à questão dos territórios que Moscou exige de Kiev. Zelensky considerou a proposta de Donald Trump de discutir com a Rússia com base na atual linha de frente como “razoável”. “Mas eu não tenho certeza de que Vladimir Putin a apoie, e eu disse isso ao presidente”, salientou.
Intensos ataques a Kiev
Enquanto isso, na Ucrânia, os ataques russos continuaram durante a noite, atingindo cerca de dez regiões e deixando ao menos seis mortos e 30 feridos, incluindo crianças. Em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, no nordeste, um jardim de infância foi atingido, matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras sete, anunciou o prefeito, Igor Terekhov, no Telegram.
De acordo com a Força Aérea Ucraniana, a Rússia disparou um total de 405 drones e 28 mísseis, dos quais 333 e 16 foram abatidos, respectivamente.
Após os bombardeios noturnos, o Ministério da Energia da Ucrânia anunciou cortes de energia de emergência na “maioria das regiões”. “Os trabalhos de reparo de emergência começaram onde a situação de segurança permite”, acrescentou.
Durante a noite, jornalistas da agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP) em Kiev ouviram cerca de dez explosões e viram uma coluna de fumaça subindo sobre a capital. “Houve um som (de um drone) que acelerou repentinamente, seguido por um estrondo. Eu pulei (…) as janelas se estilhaçaram”, disse Mariana Gorchenko, técnica em prótese dentária de 41 anos, à AFP.
– Mais uma noite que prova que a Rússia não sente pressão suficiente para acabar com a guerra – denunciou Zelensky, pedindo para os europeus e Washington imporem “sanções severas”.
A Ucrânia enfrenta cortes de energia há várias semanas, afetando dezenas de milhares de pessoas, após uma campanha de ataques russos que lembra os de invernos anteriores. Sua capacidade de produção de gás também foi severamente afetada.
Os militares ucranianos, por sua vez, atacam regularmente refinarias de petróleo e oleodutos na Rússia, estratégia que tem causado o aumento dos preços dos combustíveis no país desde o verão no hemisfério norte.