Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Ataques de Moscou deixam rastro de destruição na Ucrânia

Segundo relatos, Moscou lançou uma ofensiva em larga escala contra o território ucraniano, com explosões atingindo a capital e diversas outras cidades do país.

Quarta, 22 de Outubro de 2025 às 10:29, por: CdB

Segundo relatos, Moscou lançou uma ofensiva em larga escala contra o território ucraniano, com explosões atingindo a capital e diversas outras cidades do país.

Por Redação, com ANSA – de Kiev

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta quarta-feira que ao menos seis pessoas morreram, incluindo duas crianças, em novos ataques aéreos realizados pela Rússia durante a noite passada na região de Kiev.

Ataques de Moscou deixam rastro de destruição na Ucrânia | Rússia deflagrou uma série de ataques contra a Ucrânia
Rússia deflagrou uma série de ataques contra a Ucrânia

Segundo relatos, Moscou lançou uma ofensiva em larga escala contra o território ucraniano, com explosões atingindo a capital e diversas outras cidades do país.

Moradores de Kiev relataram terem ouvido explosões por volta da 1h10 (horário local), logo após a Força Aérea ucraniana emitir um alerta de ataque com mísseis. Novas explosões ocorreram cerca de 30 minutos depois.

Dnipro, Zaporizhzhia e a cidade portuária de Izmail também foram alvos de bombardeios.

De acordo com Zelensky, os ataques atingiram principalmente infraestruturas energéticas, mas também danificaram vários edifícios residenciais.

– Mais uma noite que mostra que a Rússia não sente pressão suficiente para encerrar a guerra – escreveu o presidente ucraniano em suas redes sociais.

Além de Kiev, as regiões de Zaporizhia, Odessa, Chernihiv, Dnipropetrovsk, Kirovohrad, Poltava, Vinnytsia, Cherkasy e Sumy também foram atingidas.

Em Zaporizhia, ao menos 13 pessoas ficaram feridas, segundo autoridades locais citadas pela imprensa ucraniana.

Ataque com drones contra Kharkiv

Na manhã desta quarta, forças russas também lançaram um ataque com drones contra Kharkiv, no nordeste do país, atingindo uma creche particular e ferindo várias crianças. A informação foi confirmada pelo prefeito da cidade, Igor Terekhov.

– Uma creche particular no distrito de Kholodnohirsky foi atingida e crianças ficaram feridas. Há um incêndio no local do ataque – publicou o prefeito nas redes sociais.

Em resposta, forças ucranianas atacaram, nas últimas 24 horas, a fábrica química de Bryansk, no sudoeste da Rússia — uma instalação estratégica do complexo militar-industrial do país.

Segundo o Estado-Maior de Kiev, o ataque foi realizado com armamento aéreo e mísseis, incluindo projéteis de cruzeiro de longo alcance Storm Shadow, lançados por aeronaves britânicas.

De acordo com as autoridades ucranianas, os mísseis “penetraram com sucesso no sistema de defesa aérea russo”.

A nova escalada ocorre em um momento em que Zelensky intensifica seus apelos à comunidade internacional por mais apoio e por maior pressão sobre Moscou para pôr fim ao conflito, que já dura mais de três anos. A ofensiva russa também acontece após o cancelamento de uma cúpula entre líderes da Rússia e dos Estados Unidos, motivado pela recusa de Moscou em aceitar um cessar-fogo.

Meloni reitera apoio à Ucrânia, mas descarta enviar militares

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quarta-feira que o apoio do país à Ucrânia permanece “inalterado e determinado”, mas reiterou que Roma não enviará tropas para o leste europeu.

As declarações foram dadas durante um discurso no Senado para prestar contas ao Parlamento antes da reunião do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira .

– Nossa posição sobre a Ucrânia não mudou e não pode mudar diante das vítimas civis e das imagens de casas sistematicamente bombardeadas pelos russos – declarou a premiê em seu pronunciamento.

– Nosso apoio ao povo ucraniano permanece determinado, com o único objetivo de alcançar a paz. Também disse isso a Zelensky há alguns dias, por telefone – acrescentou.

Meloni, no entanto, foi enfática ao delinear os limites do envolvimento militar italiano. “Deixe-me reiterar claramente a posição do governo: cada nação contribuirá com os esforços [dos aliados para Kiev], mas a Itália já deixou claro que não pretende enviar soldados para o território ucraniano”, disse.

Sobre outro tema sensível que será discutido na cúpula europeia – o uso de ativos russos congelados para financiar a ajuda à Ucrânia -, a primeira-ministra expressou cautela.

– Será abordada a questão dos ativos russos congelados, em relação aos quais acreditamos, e não somos os únicos, ser necessário respeitar o direito internacional, o princípio da legalidade, proteger a estabilidade financeira e garantir a sustentabilidade de qualquer medida que seja tomada – afirmou Meloni.

O presidente Vladimir Putin já ameaçou impor represálias contra ativos e empresas da Europa caso a União Europeia, para financiar o apoio militar a Kiev, utilize bens russos congelados no âmbito das sanções ocidentais.

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