A crise da empresa podia ser observada desde o início do ano, pois as ações da companhia acumularam baixa de 84% na bolsa de valores de Hong Kong até agosto de 2021, o que fez sua dívida ascender a US$ 309 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhão), alertando o mercado financeiro mundial para a possível reedição da crise de 2008, nos EUA.
Por Redação, com agências internacionais - de Pequim e São Paulo
A Evergrande Real Estate, segunda maior incorporadora imobiliária chinesa, teve nesta terça-feira uma nova queda de 11,8% no valor de suas ações, chegando a R$ 2 por ação, o menor preço nos últimos seis anos.
A crise da empresa, no entanto, podia ser observada desde o início do ano, pois as ações da companhia acumularam baixa de 84% na bolsa de valores de Hong Kong até agosto de 2021, o que fez sua dívida ascender a US$ 309 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhão), alertando o mercado financeiro mundial para a possível reedição da crise de 2008, nos EUA.
O presidente e fundador da empresa, Xu Jiayin afirmou que confia que irá sair da crise e "apresentará uma resposta responsável aos compradores de casas, investidores, sócios e instituições financeiras", declarou à agência francesa de notícias AFP.
Especulação
A empresa chinesa também possui a maior dívida das companhias do setor imobiliário. A crise teria estourado depois de o governo chinês aplicar novas diretrizes contra monopólios e contra a especulação imobiliária, defendendo que "casas devem ser construídas para morar, não para especular".
O setor imobiliário movimenta 13% do Produto Interno Bruto chinês e foi responsável por 1/3 do crescimento econômico do país nos últimos 10 anos. Já a dívida da Evergrande representa cerca de 2% do PIB.
Cerca de 1,5 milhão de chineses possuem financiamentos de imóveis que ainda não saíram do papel. A empresa é responsável por cerca de 1,3 mil projetos imobiliários em 280 cidades e já atendeu mais de 12 milhões de chineses. A administração de Xi Jinping ainda não se manifestou se irá autorizar um resgate econômico da empresa.