Rio de Janeiro, 06 de Dezembro de 2025

General Silva e Luna toma posse na Presidência da Petrobras

Luna foi eleito um dos sete representantes do governo no conselho, que tem 11 cadeiras. Ele substitui Roberto Castello Branco, foi demitido em meio à insatisfação de Bolsonaro com a política de preços de combustíveis da estatal. O executivo foi destituído formalmente na segunda-feira.

Sexta, 16 de Abril de 2021 às 12:38, por: CdB

Luna foi eleito um dos sete representantes do governo no conselho, que tem 11 cadeiras. Ele substitui Roberto Castello Branco, foi demitido em meio à insatisfação de Bolsonaro com a política de preços de combustíveis da estatal. O executivo foi destituído formalmente na segunda-feira.

Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro

O Conselho de Administração da Petrobras , renovado em assembleia de acionistas no início da semana, reuniu-se, nesta sexta-feira, para o último passo do que o mercado considerou uma intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na maior estatal do país: a nomeação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para a Presidência da empresa.

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O general Joaquim Silva e Luna, no comando da Petrobras, enfrenta questões intrincadas nos campos político e administrativo

Luna foi eleito um dos sete representantes do governo no conselho, que tem 11 cadeiras. Ele substitui Roberto Castello Branco, foi demitido em meio à insatisfação de Bolsonaro com a política de preços de combustíveis da estatal. O executivo foi destituído formalmente na segunda-feira.

Diretoria

A principal dúvida dos acionistas, até agora, é sobre o que Luna pretende fazer com o sistema de reajuste dos preços dos combustíveis. Ele quer agradar ao presidente mas, ao mesmo tempo, precisará evitar prejuízos para a companhia.

Com a demissão de Castello Branco, quatro dos oito diretores colocaram seus cargos à disposição. O general já indicou que pretende recrutar nomes internamente para promover uma transição suave na empresa.

Ele vai precisar de executivos para as áreas de Exploração e Produção, Desenvolvimento da Produção, Comercialização e Logística e Finanças e Relacionamento com Investidores, entre outras. Silva e Luna também já indicou que quer o fim do home office para a diretoria. Ele próprio já despacha na sede da estatal, no Centro do Rio.

Política de preços

Especialistas e analistas de mercado esperam que a política de preços de combustíveis passe por alterações. Atualmente a estatal vem acompanhando, com reajustes frequentes, as variações das cotações do petróleo no mercado internacional e do câmbio. Assim, desde janeiro, a gasolina acumula alta de cerca de 40%; e o diesel subiu 30%, sem contar o aumento anunciado na quinta-feira.

O desafio do general será alterar essa política sem expor a empresa a grandes perdas financeiras, o que vai desagradar acionistas minoritários e penalizar o valor de mercado da companhia na Bolsa.

Mercado de gás

Quando a Petrobras anunciou a recente alta de 39% no preço do gás canalizado para as distribuidoras, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer uma dura crítica à política de preços da Petrobras. E indicou que pode haver mudanças.

Embora a Nova Lei do Gás tenha passado pelo Congresso, e a estatal tenha assinado acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para abrir espaço para a concorrência no setor, especialistas lembram que as empresas privadas não conseguem acessar os espaços ociosos dos gasodutos, o que poderia reduzir os preços.

Hoje, mesmo com a venda de alguns gasodutos da Petrobras, a estatal tem contrato de uso dessas redes com as empresas que compraram esses ativos, e as negociações com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não avançam.

Venda de ativos

Silva e Luna terá o desafio de manter o programa de venda de negócios para reduzir o alto endividamento da empresa, mas o plano enfrenta forte oposição dos sindicatos de petroleiros.

No fim de março, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o Mubadala, fundo de investimento dos Emirados Árabes. O fundo vai pagar US$ 1,65 bilhão pela unidade.

Agora, a dúvida é se a nova gestão vai manter o cronograma de venda de ativos como forma de reduzir o endividamento. A meta da estatal hoje é se desfazer entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões até 2025.

Pré-sal

Há uma expectativa de que a nova gestão da empresa volte a fazer investimentos além do pré-sal, desenvolvendo projetos em diferentes partes do Brasil.

Atualmente, a empresa está focada no desenvolvimento dos campos de alta produtividade do pré-sal na Bacia de Santos.

Para os próximos anos, a Petrobras pretende fazer investimentos anuais entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões.

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