Desde o último inverno, que teve nevascas relativamente pequenas, os Alpes passaram por duas grandes ondas de calor no verão, incluindo uma em julho marcada por temperaturas próximas aos 30 graus celsius na vila montanhosa suíça de Zermatt.
Por Redação, com Reuters - de Genebra
Pelo jeito como o glaciologista suíço de 45 anos, Andreas Linsbauer, pula sobre fendas de gelo, você nunca imaginaria que ele está carregando 10 kgs de equipamentos de metais necessários para mapear o declínio das geleiras da Suíça. Normalmente, ele percorre esse caminho na enorme Geleira Morteratsch nos últimos dias de setembro, o fim da temporada de degelo nos Alpes. Mas derretimentos excepcionalmente altos este ano o levaram a este anfiteatro de gelo com 15 quilômetros quadrados dois meses antes para trabalho de manutenção de emergência. Os postes de medição que ele usa para acompanhar mudanças de profundidade estão sob o risco de serem totalmente desalojados à medida em que o gelo derrete, e ele precisa fazer novos furos. As geleiras dos Alpes caminham para sofrer a maior perda de massa em ao menos 60 anos de registros, segundo dados compartilhados exclusivamente com à agência inglesa de notícias Reuters. Olhando a diferença entre quanta neve caiu no inverno e quanto gelo derreteu no verão, os cientistas podem medir quanto uma geleira diminuiu em qualquer ano escolhido. Desde o último inverno, que teve nevascas relativamente pequenas, os Alpes passaram por duas grandes ondas de calor no verão, incluindo uma em julho marcada por temperaturas próximas aos 30 graus celsius na vila montanhosa suíça de Zermatt. Durante esta onda de calor, a altitude na qual a água congelou foi medida em uma alta recorde de 5.184 metros em comparação com o nível normal do verão, entre 3 mil e 3,5 mil metros. – É muito óbvio que esta é uma temporada extrema – disse Linsbauer, gritando por cima do rugido da água do degelo, enquanto checava a altura de um poste que se projetava do gelo.