Galípolo foi indicado pelo presidente Lula à direção de Política Monetária, no ano passado. Antes disso, era o número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde que o nome foi colocado, fontes do governo dizem que é o mais provável a assumir a presidência da autarquia.
Por Redação – de Porto Alegre
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira, que quer acelerar a sabatina de novos diretores e presidente do Banco Central, mas não citou o nome do economista Gabriel Galípolo, franco favorito para assumir o cargo de Roberto Campos Neto. De acordo com o chefe do Executivo, a ideia é que essas pessoas não “sofram desgastes de especulação política ao serem indicadas”.
Após indicados, os nomes precisam ter seus nomes aprovados pelo Senado, antes de assumir as funções.
— Antes de indicar, eu quero conversar com o presidente do Senado, com o presidente da comissão para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo. Para que as pessoas não fiquem sofrendo desgaste de especulação política durante meses e meses — disse.
Número dois
Lula pontuou, ainda, que não tem certeza sobre o nome de Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, para assumir a Presidência da autarquia.
— Eu não sei se é o Galípolo. Eu sei que eu tenho o direito de indicar o presidente do Banco Central e tenho que indicar mais alguns diretores. A pessoa que eu vou indicar, primeiro ela tem que ter muito caráter, muita seriedade, muita responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República… A pessoa que eu indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro — sublinhou.
Galípolo foi indicado pelo presidente Lula à direção de Política Monetária, no ano passado. Antes disso, era o número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde que o nome foi colocado, fontes do governo dizem que é o mais provável a assumir a presidência da autarquia.
Transição
Conforme a reportagem do Correio do Brasil apurou, o governo pretende encaminhar nos próximos dias uma lista de nomeações para o BC, e o nome de Galípolo deverá constar para ser a nova autoridade monetária do país. O mandato de Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à frente da autarquia termina em 31 de dezembro.
Outros mandatos também terminam no fim do ano e o Planalto precisará indicar os nomes para os cargos do diretor de Regulação, Otávio Ribeiro Damaso, e da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros.
Ainda na entrevista desta manhã, Lula também afirmou que o novo presidente do BC precisará ter “coragem” para reduzir ou aumentar a taxa básica de juros no país “quando necessário”.
Explicação
— Na hora que tiver que reduzir a taxa de juros, ele vai ter a coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que precisar aumentar ele vai ter que ter a mesma coragem e dizer que vai aumentar. É assim que funciona — descreveu.
Aos radialistas que o entrevistaram, Lula disse ainda que não há explicação para a taxa básica de juros estar neste patamar e que Campos Neto “desagradou o país”.
— Nós vamos trocar o Banco Central. Eu trabalho com a expectativa que a taxa de juros comece a cair. Eu espero que a taxa de juros do Fed, o Banco Central norte-americano, comece a cair para que a gente possa ter mais tranquilidade — concluiu.