A felicidade por exemplo é como a lua, tem seu tempo e intensidade. Das estrelas e da lua, sem a profundidade necessária para entender os seus comportamentos ficamos apenas detidos nas suas aparências.
Por Alexandre Lucas – de Brasília
As estrelas estão bem distantes. As noites mesmo não sendo as mesmas constantemente anunciam os pontos de luzes no céu. Aparentemente nada muda, mas nunca estamos parados. A felicidade por exemplo é como a lua, tem seu tempo e intensidade. Das estrelas e da lua, sem a profundidade necessária para entender os seus comportamentos ficamos apenas detidos nas suas aparências. Do tempo da lua e das estrelas, pouco sabemos. Das noites e dos dias podem surgir as tempestades, os destroços, esses só explicam a aparência. Talvez seja necessário compreender da tempestade para evitar a sua fúria. Faltou luz na terra e os caminhos estão incertos. Só sabemos das suas aparências, às vezes, até elas nós desconhecemos. Nas ruas, os rostos nunca foram códigos abertos, os olhos verdes nunca descreveram sobre os esconderijos e as armadilhas da vida. A forma não diz quase nada do processo e assim os rostos ocultam trajetórias, portas fechadas, feridas abertas e incógnitas. Sei que as estrelas estão bem distantes, um dia pensamos em tocá-la, de chegar perto e observar os seus detalhes, mas parece que as estrelas são delírios ou um encaixe para o poema, mas as estrelas existem, bem distantes da palma mão e dos nossos olhos. Talvez essa distância seja para que possamos especular, criar uma espécie de semideusa, de pêndulo celeste.Pontos humanos
Os espaços estão preenchidos por pontos humanos: gritos, cantos e corpos agitados de felicidade transbordam nas vielas e palácio da cidade, as estrelas piscam nos olhos e as outras ainda continuam distantes. É possível ver os detalhes das bocas. Às máscaras vão desaparecendo, é difícil ver o povo desmascarado. É tudo tão estranho, nada é imutável, cada mudança é uma nova realidade, cravada com espinhos e a maciez das pétalas. Hoje, estamos maquiados para franquia da ditatura da aparência, enquanto disfarçamos as estrelas e a lua que carregamos.Alexandre Lucas, é pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas e presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Crato/Ceará.
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