Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Franquia da ditadura da aparência

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Quinta, 14 de Abril de 2022 às 05:55, por: CdB

A felicidade por exemplo é como a lua, tem seu tempo e intensidade. Das estrelas e da lua, sem a profundidade necessária para entender os seus comportamentos ficamos apenas detidos nas suas aparências.   

Por Alexandre Lucas – de Brasília

As estrelas estão bem distantes. As noites mesmo não sendo as mesmas constantemente anunciam os pontos de luzes no céu. Aparentemente nada muda, mas nunca estamos parados.
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Do tempo da lua e das estrelas, pouco sabemos
A felicidade por exemplo é como a lua, tem seu tempo e intensidade. Das estrelas e da lua, sem a profundidade necessária para entender os seus comportamentos ficamos apenas detidos nas suas aparências. Do tempo da lua e das estrelas, pouco sabemos. Das noites e dos dias podem surgir as tempestades, os destroços, esses só explicam a aparência. Talvez seja necessário compreender da tempestade para evitar a sua fúria. Faltou luz na terra e os caminhos estão incertos. Só sabemos das suas aparências, às vezes, até elas nós desconhecemos. Nas ruas, os rostos nunca foram códigos abertos, os olhos verdes nunca descreveram sobre os esconderijos e as armadilhas da vida.  A forma não diz quase nada do processo e assim os rostos ocultam trajetórias, portas fechadas, feridas abertas e incógnitas. Sei que as estrelas estão bem distantes, um dia pensamos em tocá-la, de chegar perto e observar os seus detalhes, mas parece que as estrelas são   delírios ou um encaixe para o poema, mas as estrelas existem, bem distantes da palma mão e dos nossos olhos. Talvez essa distância seja para que possamos especular, criar uma espécie de semideusa, de pêndulo celeste.

Pontos humanos

Os espaços estão preenchidos por pontos humanos: gritos, cantos e corpos agitados de felicidade transbordam nas vielas e palácio da cidade, as estrelas piscam nos olhos e as outras ainda continuam distantes. É possível ver os detalhes das bocas. Às máscaras vão desaparecendo, é difícil ver o povo desmascarado. É tudo tão estranho, nada é imutável, cada mudança é uma nova realidade, cravada com espinhos e a maciez das pétalas. Hoje, estamos maquiados para franquia da ditatura da aparência, enquanto disfarçamos as estrelas e a lua que carregamos.  

Alexandre Lucas, é pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas e presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Crato/Ceará.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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