De acordo com o religioso, "em comparação com a velocidade da informação, que provoca a voracidade relacional, o 'amém' é de fato uma espécie de provocação para ir além da superficialidade cultural para dar plenitude à linguagem, no respeito por cada pessoa".
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa Francisco fez um apelo nesta sexta-feira para que as pessoas não promovam uma comunicação que incentive a cultura do descarte por meio de mensagens de ódio nas redes sociais.
A declaração foi dada em uma mensagem enviada aos participantes da 13ª edição do Festival da Doutrina Social da Igreja, que acontece em Verona de sexta-feira até 26 de novembro, sob o tema "#soci@lmente livres".
– Que ninguém promova uma comunicação inútil através da difusão de mensagens de ódio e da distorção da realidade online – afirmou o Pontífice.
Segundo ele, "a comunicação atinge sua plenitude na doação total de si mesmo ao outro" e "nesta relação de reciprocidade se desenvolve a teia da liberdade".
Para o argentino, a rede que queremos, "não foi feita para prender, mas para libertar, para valorizar uma comunhão de pessoas livres".
– A própria Igreja é uma rede tecida a partir da comunhão eucarística, onde a união não se baseia em 'likes', mas na verdade, no 'amém', com o qual cada pessoa adere ao Corpo de Cristo, acolhendo ao próximo – explicou.
Velocidade da informação
De acordo com o religioso, "em comparação com a velocidade da informação, que provoca a voracidade relacional, o 'amém' é de fato uma espécie de provocação para ir além da superficialidade cultural para dar plenitude à linguagem, no respeito por cada pessoa".
Francisco ainda fez referência à comunicação de Jesus no Evangelho para dizer que ela "é verdadeira porque é inspirada no amor por quem o escuta, às vezes até distraidamente".
– Jesus está interessado na pessoa inteira, isto é, na pessoa na sua integridade. Jesus, como é evidente, não é um líder solitário. Para chegar a cada um dos presentes pede a colaboração dos discípulos. Também eles devem entrar na sua lógica de envolvimento pessoal. Não há dom evangélico que não inclua também um pouco do próprio doador – ressaltou.
Por fim, o líder da Igreja Católica enfatizou que "esta é a liberdade à qual o discípulo é chamado: a de quem se envolve com inteligência e amor para fazer crescer os outros".
– Aqui está, então, a importância de ser testemunhas de liberdade num mundo de conflitos. Desejo que todos vocês saibam traduzir a hashtag 'soci@lmente', promovendo de forma inteligente ações e iniciativas para o bem comum. Envolvam-se na educação sobre a cultura da doação – finalizou.