O incidente, durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã e na véspera da Páscoa judaica, ocorreu em meio a temores de que as tensões acumuladas durante um ano de escalada da violência entre israelenses.
Por Redação, com Reuters - de Jerusalém
A polícia israelense realizou uma operação de força na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, antes do amanhecer desta quarta-feira e entrou em confronto com fiéis, atraindo condenação de países árabes, uma reação furiosa na Cisjordânia ocupada e ataques na fronteira em Gaza.
O incidente, durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã e na véspera da Páscoa judaica, ocorreu em meio a temores de que as tensões acumuladas durante um ano de escalada da violência entre israelenses e palestinos possam chegar à mesquita de Al-Aqsa, conhecida pelos judeus como Monte do Templo.
Militantes palestinos dispararam pelo menos nove foguetes de Gaza contra Israel durante a noite, provocando ataques aéreos de Israel que atingiram o que disseram ser locais de produção de armas para o grupo islâmico Hamas, que controla o enclave costeiro bloqueado.
O Hamas não reivindicou a responsabilidade pelos ataques com foguetes, mas disse que foram em resposta à operação israelense a Al-Aqsa, onde confrontos em 2021 desencadearam uma guerra de 10 dias com Gaza.
Enquanto as explosões dos ataques aéreos abalavam Gaza, testemunhas disseram que os tanques israelenses também bombardearam posições do Hamas. "Não estamos interessados em uma escalada, mas estamos prontos para qualquer cenário", disse o porta-voz das forças de defesa de Israel Daniel Hagari.
Ao raiar do dia, com os esforços internacionais em andamento para diminuir as tensões, a situação parecia ter se acalmado em Al-Aqsa, onde grandes multidões de fiéis passaram a noite, como é comum durante o Ramadã.
Crescente Vermelho Palestino
O Crescente Vermelho Palestino disse que 12 palestinos sofreram ferimentos durante o ataque, incluindo balas com ponta de borracha e espancamentos, em confrontos com a polícia. Acrescentou que as forças israelenses impediram que seus médicos chegassem à área.
– No pátio da parte leste do complexo, a polícia disparou gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral, foi uma cena que não consigo descrever – disse Fahmi Abbas, um fiel da mesquita. "Então eles invadiram e começaram a espancar todo mundo. Eles detiveram as pessoas e colocaram os jovens com o rosto no chão enquanto continuavam espancando-os."