Os altos preços do petróleo no ano passado provavelmente libertaram as empresas de energia de sua dependência dos mercados de capitais, segundo April Merleaux, gerente de pesquisa da organização ambiental sem fins lucrativos Rainforest Action Network.
Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA
A tendência de ampliação dos investimentos em projetos favoráveis ao clima sobre os projetos de empresas de combustíveis fósseis foi confirmado, nesta quarta-feira, com a conclusão de relatório sobre o levantamento de aproximadamente US$ 580 bilhões em 2022 para energia renovável e outros empreendimentos ambientalmente responsáveis, enquanto as indústrias de petróleo, gás e carvão recorreram a credores e subscritores por cerca de US$ 530 bilhões, segundo a agência norte-americana de notícias Bloomberg.
Mas não é que o financiamento verde esteja finalmente vencendo os empréstimos para combustíveis fósseis. Em vez disso, as grandes empresas de petróleo estão levantando recursos em outros tipos de operação.
Os altos preços do petróleo no ano passado provavelmente libertaram as empresas de energia de sua dependência dos mercados de capitais, segundo April Merleaux, gerente de pesquisa da organização ambiental sem fins lucrativos Rainforest Action Network.
Lógica falsa
— Também estamos vendo empresas de combustíveis fósseis recorrerem a fontes menos tradicionais de capital, como private equity, que é muito mais difícil para nós rastrearmos — disse Merleaux. Diante desse cenário, “é difícil dizer com confiança que há uma nova tendência nos mercados de empréstimos que se estenderá até 2023″, acrescentou.
A grande questão para as empresas de petróleo, gás e carvão é como elas planejam usar seus balanços “para fazer a transição para a energia limpa”, pontuou Merleaux. Atualmente, muitos estão dizendo que planejam expandir a produção de combustíveis fósseis agora e descarbonizar mais tarde, disse ela.
— Essa é uma lógica falsa e não é o que a Agência Internacional de Energia (AIE) recomenda”, disse ela. Quanto aos bancos, “eles sabem o que precisa ser feito, mas ainda não vemos evidências de que estejam realmente prontos para cumprir seus objetivos de redução de emissões — concluiu.