Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Festival feminista celebra Dia Nacional do Teatro do Oprimido no Rio

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Sexta, 17 de Março de 2023 às 11:57, por: CdB

O festival traz uma pauta política alinhada com o método teatral criado pelo falecido dramaturgo Augusto Boal, que defendia o palco como lugar de transformação da realidade social.


Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro


O Rio de Janeiro recebeu na quinta e sexta-feira na Lapa, região central da cidade, o Festival Teatro das Oprimidas, com uma programação voltada para celebrar o feminismo.




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Evento une artes cênicas e discussões sociais

O festival traz uma pauta política alinhada com o método teatral criado pelo falecido dramaturgo Augusto Boal, que defendia o palco como lugar de transformação da realidade social. Dezesseis de março é a data de nascimento de Boal e também o Dia Nacional do Teatro do Oprimido.


O Teatro das Oprimidas é um coletivo que sistematiza o método criado pelo dramaturgo e o aplica a partir de um protagonismo feminino negro. No festival, está prevista uma série de eventos como apresentações de peças, performances, documentários e exposições que, segundo as organizadoras, “estão focados na luta das mulheres por igualdade de direitos, pelo fim do machismo e do patriarcado”. Nesse sentido, há temas transversais como gênero, raça, diversidade, migração, meio ambiente e território.


O festival também se propõe a aproximar palco e plateia, promover debates sociais por meio da arte. Uma dessas técnicas tem destaque na programação: o Teatro-Fórum, que coloca problemas diante dos espectadores, para que eles respondam com possíveis soluções.


Já o espetáculo Gêneres usa a técnica para discutir se o conceito de gênero, dentro de uma estrutura binária, promove intolerância e violência na sociedade. A direção é de Bárbara Santos, criadora do Teatro das Oprimidas. Na performance Isso não é Bla-Bla-Bla, do Grupo Ponto Chic, são abordadas as denúncias de violências contras as mulheres no Brasil. O elenco usa exemplos do noticiário para criticar a falta de políticas públicas sobre o tema e combater a cultura do estupro no país.



Augusto Boal


O criador do Teatro do Oprimido, Augusto Boal, nasceu em 16 de março de 1931 no Rio de Janeiro. No período da Ditadura Militar, iniciado com o golpe de 1964, ele participou de grupos que usavam a arte como resistência política. Participou de espetáculos que ignoravam os cortes estabelecidos pela censura. Em 1971, foi preso e torturado, decidiu deixar o país e morar na Argentina.


Ao se mudar para a França em 1978, criou um centro de pesquisa e difusão do Teatro do Oprimido. O método teatral incluía jogos, exercícios e técnicas com o objetivo de formar e informar as pessoas que participavam dele. Inspirado nas ideias do educador Paulo Freire e na obra "Pedagogia do Oprimido", o teatro se propunha a ser um lugar de abertura para uma visão mais crítica da sociedade. Assim, grupos oprimidos poderiam se reconhecer na arte e se engajar de forma mais ativa na luta por direitos e contra as desigualdades.



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