Ainda não há uma estrutura definida pela equipe econômica e a negociação é considerada complexa, embora o diálogo entre os diferentes atores no cenário econômico tenha permitido ao Ministério da Fazenda avançar, com a participação do Congresso.
Por Redação - de Brasília
Uma solução para os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito, a linha de financiamento mais cara existente hoje no país, divide opiniões entre as instituições financeiras e o comércio varejista. Os bancos, por sua vez, rejeitam a possibilidade de tabelamento ou teto para as taxas, e dizem que a construção de uma saída passa por algum tipo de restrição às compras parceladas sem juros. A realidade, porém, é que elas são um dos motores das vendas no varejo.
Ainda não há uma estrutura definida pela equipe econômica e a negociação é considerada complexa, embora o diálogo entre os diferentes atores no cenário econômico tenha permitido ao Ministério da Fazenda avançar, com a participação do Congresso. Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que governo, bancos e varejo estão “sentados em uma mesa” para discutir saídas ao “maior problema de juro” do Brasil. Segundo ele, uma proposta será apresentada em até 90 dias.
Rotativo
Dados do Banco Central (BC), referentes a junho, apontam que a taxa média do rotativo está em 437,2% ao ano. Ou seja: em doze meses, a dívida mais do que quintuplica. Algumas financeiras, no entanto, chegam a cobrar quase 1.000%, segundo levantamento da autoridade monetária.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Alencar Santana (PT-SP) é o relator de um projeto de lei que vai receber o conteúdo do Programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas, e já avisou que tratará, também, da questão do rotativo.
— Fazer o Desenrola e não tratar do problema do cartão é o mesmo que não fazer nada. Você desenrola a pessoa para ela se enrolar de novo — resumiu Santana.