A libra esterlina caiu nesta sexta-feira ao menor patamar desde 1985, a US$ 1,10 (R$ 5,74), depois que o governo anunciou planos orçamentários que causaram preocupação entre os investidores. Frente ao dólar, que se beneficia da resistência da economia dos EUA devido ao seu status de porto seguro, a moeda do Reino Unido caía 2,56%, para US$ 1,0972.
Por Redação - de São Paulo
As preocupações com apertos agressivos das políticas monetárias ao redor do mundo voltam a pesar sobre os mercados nesta sexta-feira, levando a quedas nas bolsas da Europa, Wall Street e São Paulo. A aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar, que rondou os R$ 5,24 na máxima.
Por aqui, o Ibovespa, que avançou na sessão anterior puxado pelas commodities e pelo alívio com a pausa no ciclo de alta da Selic, cedia com o sentimento negativo do exterior. Às 14h56, o Ibovespa recuava cerca de 2,35%, aos 111.394 pontos.
A baixa dos ativos de risco nos mercados globais se aprofundou à medida que o plano do governo do Reino Unido de impulsionar sua economia, com cortes de impostos e gastos, alimentou preocupações sobre uma desaceleração do crescimento.
Libra
O rendimento dos títulos britânicos de cinco anos teve seu maior aumento registrado pela agência norte-americana de notícias Bloomberg News em 30 anos, depois que o Chanceler do Tesouro Kwasi Kwarteng delineou o pacote mais radical de cortes de impostos do governo desde 1972.
A libra esterlina caiu nesta sexta-feira ao menor patamar desde 1985, a US$ 1,10 (R$ 5,74), depois que o governo anunciou planos orçamentários que causaram preocupação entre os investidores. Frente ao dólar, que se beneficia da resistência da economia dos EUA devido ao seu status de porto seguro, a moeda do Reino Unido caía 2,56%, para US$ 1,0972, por volta das 14h25 GMT. O nível foi o mais baixo desde 1985, quando a libra foi registrada a US$ 1,0520.
O movimento de aperto monetário acontece na sequência da decisão do Federal Reserve de quarta-feira, na qual a autoridade monetária elevou os juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, o terceiro aumento consecutivo desta magnitude, levando a taxa para o maior patamar em 14 anos.
Dólar
O dólar à vista avançava 2,27%, a R$ 5,23, depois de o Banco Central (BC) vender, nesta sexta-feira, US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) em leilões de venda de moeda conjugados com leilões de compra no mercado interbancário, em operação que não realizava desde o fim de 2021.
O BC recorre a esse instrumento principalmente em momentos de falta de liquidez no mercado de câmbio à vista, o que normalmente ocorre no fim do ano. O comentário no mercado é que o BC pode ter realizado a operação para ajustes no cupom cambial (taxa de juro em dólar), que acelerou a alta recentemente.
O BC anunciou o edital dos leilões na noite de quinta-feira e, ao realizá-los nesta sessão, aceitou duas propostas, com taxa de corte de 4,190000%. A colocação de liquidez será liquidada no próximo dia 27 e a recompra de moeda está prevista para 3 de novembro.