As famílias ocupavam a área desde o dia 2 de abril, mas por terem iniciado a ocupação já durante a pandemia de covid-19, elas não foram contempladas pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as remoções forçadas no Brasil até 31 de outubro.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Abrigadas debaixo de lonas, em período chuvoso, na beira da estrada. Assim estão as 170 famílias que foram despejadas pela Polícia Militar, na última quinta-feira, da ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na fazenda Mata Verde, no município baiano de Guaratinga. Eliane Oliveira, da direção estadual do MST na Bahia, relata que a situação das pessoas despejadas, acampando a cerca de cinco km da fazenda, é de precariedade. “As famílias permanecem lá, porque não têm para onde ir. Nesse momento que a gente está vivendo no país, de muita dificuldade, as pessoas encontram nos acampamentos o lugar para morar e produzir.” As famílias ocupavam a área desde o dia 2 de abril, mas por terem iniciado a ocupação já durante a pandemia de covid-19, elas não foram contempladas pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as remoções forçadas no Brasil até 31 de outubro. Por isso, em liminar, o poder judiciário local determinou a reintegração de posse favorável ao fazendeiro. Segundo o MST, no entanto, a terra de 2.160 hectares não cumpria a sua função social. “Tinha só mato”, resume Eliane.