O porcentual reflete o saldo das dívidas bancárias das famílias em relação à renda acumulada em 12 meses. Entram na conta todas as dívidas com bancos, incluindo as de financiamento imobiliário. O Banco Central divulgou que, em meio à pandemia, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em outubro do ano passado.
Por Redação - de Brasília
Com a pandemia de coronavírus, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em outubro do ano passado. Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC) mostram que, naquele mês, o endividamento chegou a 50,3%. Esse é o maior porcentual da série histórica, iniciada em 2005.
O porcentual reflete o saldo das dívidas bancárias das famílias em relação à renda acumulada em 12 meses. Entram na conta todas as dívidas com bancos, incluindo as de financiamento imobiliário.
O Banco Central divulgou que, em meio à pandemia, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em outubro do ano passado, chegando a 50,3%. Foto: André Dusek/Estadão
Ao avaliar o endividamento recorde, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que os 50,3% não são “um indicativo de que agora teremos problemas”.
— Mas (o dado) tem que ser olhado por bancos e famílias — ponderou.
Financiamento
Os números são um pouco mais defasados do que a divulgação dos dados de crédito, com resultados fechados até dezembro de 2020. Conforme o BC, o endividamento das famílias sem considerar financiamentos imobiliários atingiu 29,3% em outubro.
Os números do BC mostram ainda que o comprometimento da renda das famílias com as dívidas bancárias chegou a 21,7% em outubro. Nesse caso, o número reflete quanto da renda é destinado ao pagamento do serviço da dívida todos os meses.
O valor de 21,7% também é o maior da série histórica, mas já havia sido verificado também em setembro de 2015. Sem o financiamento imobiliário, o comprometimento da renda das famílias atingiu 18,9% em outubro do ano passado.