Dados das Nações Unidas demonstram que um quarto da população mundial vive em países que enfrentam um estresse hídrico extremo com 80% de seu suprimento anual comprometido. A mudança climática colocará ainda mais pressão sobre as reservas.
Por Redação, com WSJ - de Nova York, NY-EUA
As mudanças observadas no clima mundial, que ameaçam os mananciais de todo o planeta, tornaram-se um desafio a ser ultrapassado com soluções tecnológicas, e lucrativas. Investidores têm visto, no enfrentamento ao risco hídrico, um caminho para a criação de serviços e equipamentos tecnológicos.
Dados das Nações Unidas demonstram que um quarto da população mundial vive em países que enfrentam um estresse hídrico extremo com 80% de seu suprimento anual comprometido. A mudança climática colocará ainda mais pressão sobre as reservas.
Os governos que tentam fornecer "água limpa e saneamento" — o sexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU — enfrentam sérias lacunas de financiamento. As estimativas para os investimentos necessários globalmente em infraestrutura relacionada à água variam de US$ 6,7 trilhões até 2030 a US$ 22,6 trilhões até 2050.
Na prática
Em princípio, segundo reportagem do Wall Street Journal (WSJ) tudo isso deveria criar oportunidades para empresas inovadoras e seus apoiadores. Na prática, no entanto, tem sido difícil atrair financiamento para o que é um setor de movimento lento e altamente regulamentado - e baseado em um recurso pelo qual, muitos argumentam, grandes empresas e agroindústrias estão pagando um preço muito baixo.
— Infelizmente, é apenas uma pequena parte do financiamento climático e muitas vezes pode ser um pensamento posterior para fundos de tecnologia limpa — afirmou Ari Raivetz, que trabalha há quase duas décadas como analista de risco e executivo sênior nos setores de reciclagem de água e águas residuais.
Investimento
Um número de barreiras dificulta o fluxo de financiamento privado para a tecnologia da água. Além do preço irrealista da água, há poucas oportunidades de investimento em larga escala: o setor de tecnologia da água tem apenas uma startup bilionária, ou unicórnio - a Gradiant, sediada em Boston - enquanto, na tecnologia climática, os 20 principais unicórnios do mundo foram avaliados em mais de US$ 140 bilhões no início de 2024, de acordo com a Statista.
— É um pouco um problema de ovo e galinha. Os investidores precisam ver mais startups que possam crescer e se expandir. E, é claro, sem financiamento, isso não pode acontecer — resume Namratha Kothapalli, integrante da equipe de tecnologia climática e tecnologia industrial do fundo de capital de risco europeu Speedinvest.