O Facebook divulgou nesta quarta-feira novos modelos de seus dispositivos de bate-papo por vídeo Portal.
Por Redação, com Reuters - de São Francisco
O Facebook divulgou nesta quarta-feira novos modelos de seus dispositivos de bate-papo por vídeo Portal, fazendo a primeira incursão da empresa no hardware de streaming de TV, mas oferecendo uma seleção limitada de serviços de assinatura.
O lançamento acontece quando o Facebook tenta se aproximar de formas mais privadas de comunicação, depois de anos de crescimento lento de usuários, escândalos de compartilhamento de dados e pedidos de mudanças em sua abordagem quanto à moderação de conteúdo.
A empresa já é um dos maiores participantes globais de mensagens privadas, com seus aplicativos WhatsApp, Messenger e Instagram, usados por 2,4 bilhões de pessoas por mês.
A companhia mantém o foco de sua nova linha Portal nas chamadas de vídeo, adicionando o recurso para chamadas do WhatsApp, além de melhorias em uma câmera grande angular que mantém os usuários em foco enquanto se movimentam pela sala.
O Facebook também está expandindo as vendas do Portal para países como Reino Unido, França e Austrália, enquanto reduz os preços para competir mais estreitamente com os assistentes de voz inteligentes líderes da indústria da Amazon e do Google, que são vendidos por menos de US$ 100.
Os modelos padrão do Portal, que serão lançados em 15 de outubro, chegarão em versões de US$ 129 e US$ 179. O Portal TV custará US$ 149 e chegará às prateleiras em 5 de novembro.
O Facebook espera que a natureza social de seus produtos seja seu ponto de venda, permitindo que os usuários assistam a programas juntos enquanto interagem por videochamada na mesma tela.
– Acho que em alguns anos, se você tiver um dispositivo de streaming inteligente que não possui uma câmera que permita que você ligue para pessoas por vídeo, não terá um produto competitivo – disse o vice-presidente da AR/VR, Andrew Bosworth. “Acho que esse é o recurso matador para um dispositivo como esse”.
Bosworth também divulgou proteções de privacidade, como o processamento local de recursos inteligentes nos dispositivos, o que significa que a maioria dos dados do usuário não será enviada de volta aos servidores do Facebook.
Portal TV
Mas o Portal TV oferece apenas alguns aplicativos de música e tem opções limitadas para programação de TV, o que significa que ele pode enfrentar um grande desafio ao atrair consumidores acostumados a rivais ricos em conteúdo, como Apple TV, Netflix e Roku.
Em uma apresentação em San Francisco, na terça-feira, a única maneira de transmitir programas parecia ser pelo aplicativo Watch do Facebook. Executivos disseram que o Portal TV terá o aplicativo Prime Video da Amazon carregado quando estiver disponível.
A empresa se recusou a dizer se havia abordado outros fornecedores de conteúdo como HBO, Hulu ou Disney.
O Facebook não divulga dados de vendas do Portal desde o lançamento do dispositivo no final do ano passado, mas o hardware é responsável por uma pequena fatia do total de vendas da empresa.
A gigante das mídias sociais gera menos de 2% de sua receita de fontes que não são de publicidade.
Apple utiliza elementos reciclados
Os novos iPhones da Apple usarão elementos reciclados de terras raras em um componente-chave, informou a empresa nesta quarta-feira.
A Apple disse que vai usar elementos de terras raras reciclados em seu “Taptic Engine”, uma parte que permite aos iPhones imitar um clique físico de um botão, apesar de ser um painel de vidro. A parte é cerca de um quarto dos elementos de terras raras dentro dos modelos do iPhone.
Os metais de terras raras, um grupo de 17 minerais especializados, se tornaram um ponto difícil nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Os elementos são usados em armas, eletrônicos de consumo e outros bens.
A China domina o processamento dos minerais brutos e, através de sua mídia controlada pelo estado, sinaliza que pode restringir as vendas desses metais para os Estados Unidos, assim como o fez para o Japão após uma disputa diplomática em 2010.
Lisa Jackson, vice-presidente de iniciativas ambientais, políticas e sociais da Apple, disse que o uso de elementos de terras raras reciclados pela Apple “não está relacionado” às tensões comerciais, mas pode ajudar a manter um fornecimento constante.
– Essa é uma daquelas felizes coincidências em que o que é bom para o planeta é realmente bom para os negócios ao mesmo tempo – disse Jackson à agência inglesa de notícias Reuters. “Uma das coisas sobre as quais falamos muito internamente, em geral, é o quanto mais resiliente isso torna nossa cadeia de fornecimento”.
Eletrônicos
Nos eletrônicos de consumo, os elementos de terras raras são utilizados em minúsculos alto-falantes e atuadores. As peças são tão pequenas que coletá-las para reciclagem é difícil e caro.
Por enquanto, a Apple usará terras raras recicladas de um fornecedor externo, não de iPhones usados anteriormente. A Apple se recusou a nomear o fornecedor ou dizer de quais produtos as terras raras foram recuperados.
Mas Jackson disse que a escala da Apple, novos modelos de iPhone normalmente vendem dezenas de milhões de unidades por ano - ajudou a tornar o projeto economicamente viável.
– Criamos essencialmente um mercado para esse empreendedor, esse inovador, que encontrou uma maneira de reciclar terras raras – disse Jackson.
A Apple muitas vezes busca reutilizar peças de seus dispositivos antigos.
A Apple disse nesta quarta-feira que o alumínio dos gabinetes recuperados por meio de seus programas de troca será derretido e transformado em novos MacBooks Air. A empresa divulgou anteriormente que o cobalto recuperado das baterias do iPhone desmontadas por robôs em seus laboratórios de reciclagem no Texas é colocado em novas baterias do iPhone.
A Apple está experimentando maneiras de recuperar terras raras de seus celulares usando seus robôs, que podem remover pequenas partes e separá-las em caixas de coleta para agregar material suficiente para viabilizar a reciclagem.
A empresa também está pesquisando maneiras pelas quais recicladores convencionais, que destroem dispositivos e separam os vários materiais, podem ajustar suas linhas para recuperar os elementos, informações que Jackson disse que a Apple está aberta ao compartilhamento.
– Existem algumas inovações nossas que realmente queremos que as pessoas copiem. Então, tanto quanto possível, contanto que não ofereça outras inovações em design e engenharia, estamos felizes em trazer a indústria de reciclagem – disse Jackson. “Começamos a ser muito mais transparentes quanto a esse desenvolvimento tecnológico do que normalmente somos”.