Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Fabricantes de chips fazem lobby silencioso a favor da Huawei

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Segunda, 17 de Junho de 2019 às 08:12, por: CdB

Executivos das principais fabricantes de chips dos EUA, Intel e Xilinx, compareceram à uma reunião no final de maio com o Departamento de Comércio para discutir uma resposta à entrada da Huawei na lista negra, disse uma pessoa.

Por Redação, com Reuters - de Washington

Fornecedores norte-americanos de chips da Huawei, incluindo Qualcomm e Intel, estão silenciosamente pressionando o governo dos Estados Unidos a diminuir a proibição de vendas para a gigante chinesa de tecnologia, apesar de a Huawei evitar o lobby típico sobre o governo, disseram pessoas a par da situação.
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Logotipo da Huawei é visto no aeroporto de Shenzhen, na China
Executivos das principais fabricantes de chips dos EUA, Intel e Xilinx, compareceram à uma reunião no final de maio com o Departamento de Comércio para discutir uma resposta à entrada da Huawei na lista negra, disse uma pessoa. A proibição impede que fornecedores dos EUA vendam para a Huawei, a maior empresa de equipamentos de telecomunicações do mundo, sem aprovação especial, por causa do que o governo disse serem questões de segurança nacional. A Qualcomm também pressionou o Departamento de Comércio sobre o assunto, disseram quatro pessoas. Fabricantes de chips argumentam que as unidades da Huawei que vendem produtos como smartphones e servidores de computador usam peças comumente disponíveis e não devem apresentar as mesmas preocupações de segurança que os equipamentos de rede 5G da empresa de tecnologia chinesa, de acordo com três pessoas.

Ajuda

“Não se trata de ajudar a Huawei. Trata-se de evitar danos às empresas norte-americanas”, disse uma das pessoas. Dos US$ 70 bilhões que a Huawei gastou comprando componentes em 2018, cerca de US$ 11 bilhões foram para empresas dos EUA, incluindo Qualcomm, Intel e Micron. A Associação de Indústrias de Semicondutores (SIA) reconheceu que organizou consultas com o governo dos EUA em nome das empresas para ajudá-las a cumprir e informar as autoridades sobre o impacto da proibição sobre as empresas. – Para tecnologias que não estão relacionadas à segurança nacional, parece que elas não deveriam estar dentro do escopo da proibição. E nós transmitimos essa perspectiva ao governo – disse Jimmy Goodrich, vice-presidente de política global da SIA. Em entrevista no México, Andrew Williamson, vice-presidente de assuntos públicos da Huawei, disse que a empresa não tinha pedido a ninguém especificamente para fazer lobby em seu nome.

Clientes

– Eles estão fazendo isso por vontade própria porque, para muitos deles, a Huawei é um dos seus principais clientes – disse ele, acrescentando que os fabricantes de chips sabiam que cortar a Huawei poderia ter consequências “catastróficas” para eles. Observadores da China dizem que os fornecedores norte-americanos estão tentando acabar com a situação - não querendo ser vistos como auxiliares de um suposto espião, ladrão e infrator de sanções, mas temerosos de perder uma boa cliente e encorajá-la a conseguir fornecimento em outros lugares.

Nvidia trabalhará com chips da Arm

A Nvidia anunciou nesta segunda-feira que vai fazer seus chips funcionarem com processadores da Arm Holdings para construir supercomputadores, aprofundando sua iniciativa em direção a sistemas que são utilizados para modelar previsões de mudanças climáticas e armas nucleares. A Nvidia era conhecida como fornecedora de chips gráficos para computadores, mas agora pesquisadores também usam seus chips em centros de dados para acelerar o trabalho de inteligência artificial, como treinar computadores para reconhecer imagens. Para isso, os chamados chips aceleradores da Nvidia trabalham junto com processadores centrais de empresas como Intel e IBM.

Supercomputação

Em uma conferência de supercomputação realizada na Alemanha nesta segunda-feira, a Nvidia informou que seus chips aceleradores funcionarão com processadores da Arm até o final do ano. Mas os processadores da Arm são diferentes dos chips Intel ou IBM, pois a própria Arm não produz chips. Em vez disso, a companhia libera a tecnologia estrutural para que outros possam produzir chips com ela. Ian Buck, vice-presidente da unidade de computação acelerada da Nvidia, disse que o projeto de construir um supercomputador com a Arm será “um fardo pesado” do ponto de vista técnico.

Pesquisa

Mas ele disse que a Nvidia se comprometeu porque pesquisadores na Europa e no Japão querem desenvolver chips de supercomputadores com a tecnologia da Arm, essencialmente dando a eles uma terceira opção além da IBM e da Intel, sobre a qual eles podem ter mais controle. – Essa abertura... torna isso muito atraente – disse Buck sobre a tecnologia da Arm durante uma entrevista à Reuters antes da conferência. “O que torna a Arm interessante, e por que estamos anunciando isso, é sua capacidade de fornecer uma arquitetura aberta para supercomputação.”
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