De acordo com o Ministério da Saúde libanês, a ofensiva deflagrada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) desde o último domingo deixou ao menos 24 mortos, incluindo seis mulheres.
Por Redação, com ANSA – de Beirute
O Exército israelense abriu fogo nesta manhã contra civis no sul do Líbano, um dia depois da data em que as forças de Tel Aviv deveriam completar sua retirada da região, segundo um acordo de trégua com o grupo xiita Hezbollah e o governo de Beirute.
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A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela agência de notícias do governo libanês Nna, que alega que a ofensiva ocorreu enquanto centenas de pessoas tentavam retornar para os seus vilarejos.
De acordo com o Ministério da Saúde libanês, a ofensiva deflagrada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) desde o último domingo deixou ao menos 24 mortos, incluindo seis mulheres.
Autoridades locais também revelaram que 134 pessoas ficaram feridas e ao menos duas estão em estado grave, incluindo uma criança.
Moradores das localidades destruídas no sul do Líbano tentam desde ontem retornar para suas casas, segundo os termos do acordo de cessar-fogo que exigia a retirada das tropas israelenses até 26 de janeiro. No entanto, Israel já declarou que a operação militar continuará.
No domingo, inclusive, a Casa Branca informou que o acordo para a retirada israelense, supervisionado pelos Estados Unidos, foi prorrogado até 18 de fevereiro.
Hezbollah rejeita adiar prazo para Israel deixar Líbano
O grupo xiita Hezbollah rejeitou na última quinta-feira qualquer adiamento do prazo de 60 dias para a retirada de Israel do sul do Líbano, porque “seria uma violação flagrante do acordo, uma violação contínua da soberania libanesa”.
Em comunicado, relatado pelo jornal diário libanês L’Orient le Jour online, o movimento acrescenta que a situação deve ser resolvida “pelo Estado com todos os meios e métodos garantidos pelas convenções internacionais para recuperar o território”.
“Alguns vazamentos sobre o adiamento da retirada do inimigo e sua permanência mais longa no Líbano obrigam todos, especialmente a autoridade política no país, a agir de forma eficaz e a cumprir os últimos dias do prazo para garantir a implementação da retirada total e do envio de tropas”, acrescenta a nota.
Além disso, o Hezbollah destaca que “o Exército libanês deve ocupar cada centímetro do território libanês, bem como o rápido retorno dos habitantes às suas aldeias, sem permitir qualquer desculpa ou pretexto para prolongar a ocupação”.
“Não aceitaremos nenhuma violação do acordo e dos compromissos, e qualquer tentativa de fuga sob falsos pretextos será rejeitada”, reforçou o grupo xiita, pedindo “cumprimento rigoroso do acordo sem quaisquer concessões”.
A declaração é dada após a mídia israelense divulgar que o governo do premiê Benjamin Netanyahu pediu aos Estados Unidos mais 30 dias para retirar suas tropas do sul do Líbano, poucos dias antes do prazo de 60 dias estabelecido no acordo de cessar-fogo com o Hezbollah expirar.
Segundo os termos do cessar-fogo de 27 de novembro, o Exército israelense deve ceder todas as suas posições no sul do Líbano às Forças Armadas Libanesas até 26 de janeiro.
Nas últimas semanas, no entanto, Israel avaliou que as forças libanesas estavam se mobilizando muito lentamente na região, atrasando assim a retirada das Forças de Defesa israelense (FDI).
De acordo com o Haaretz, os Estados Unidos e a França estão discutindo o pedido de extensão com autoridades israelenses e libanesas. Fontes avaliam que o governo de Emmanuel Macron não vê problema em conceder a extensão, desde que as outras partes concordem.
Esta manhã, a Rádio do Exército disse que o governo de Donald Trump está menos inclinado a conceder uma extensão de 30 dias e quer que a retirada seja concluída até domingo.
Além disso, há relatos de que as FDI permanecerão em algumas partes do sul do Líbano mesmo após o acordo de cessar-fogo de 60 dias expirar.
– A avaliação é que Israel não se retirará de todo o sul do Líbano e, em qualquer caso, se ficarmos, será em coordenação com a administração Trump – disse um alto funcionário.