A tecnologia permite que eles elaborem mensagens em vários idiomas e criem falsificações altamente realistas para se passar por indivíduos e chantagear alvos em operações globais de fraude cibernética.
Por Redação, com Reuters – de Bruxelas
Organizações criminosas estão recorrendo a golpes e sistemas de pagamento movidos a inteligência artificial para atingir suas vítimas, o que lhes permite ampliar as operações em todo o mundo de forma rápida e mais barata, tornando-as mais difíceis de detectar, alertou a Europol na terça-feira.

A tecnologia permite que eles elaborem mensagens em vários idiomas e criem falsificações altamente realistas para se passar por indivíduos e chantagear alvos em operações globais de fraude cibernética, disse a agência de aplicação da lei da União Europeia em um relatório.
Os criminosos também estão usando IA generativa para produzir material de abuso sexual infantil, afirmou.
– O próprio DNA do crime organizado está mudando. As redes criminosas evoluíram para empresas globais e impulsionadas pela tecnologia, explorando plataformas digitais, fluxos financeiros ilícitos e instabilidade geopolítica para expandir sua influência – disse Catherine De Bolle, diretora executiva da Europol.
A agência disse que os elementos de cada processo criminal estão cada vez mais se movendo online, incluindo sistemas de recrutamento, comunicação e pagamento.
“As mesmas qualidades que tornam a IA revolucionária, acessibilidade, adaptabilidade e sofisticação, também a tornam uma ferramenta poderosa para as redes criminosas”, disse a Europol.
“Essas tecnologias estão automatizando e expandindo as operações criminosas, tornando-as mais escaláveis e mais difíceis de detectar.”
Surgimento da IA
O relatório alertou que o surgimento da IA totalmente autônoma, na qual os sistemas planejam e executam tarefas sem orientação humana, “poderia abrir caminho para redes criminosas totalmente controladas por IA, marcando uma nova era no crime organizado”.
Em fevereiro, a Europol anunciou a prisão de duas dúzias de pessoas por distribuir imagens de abuso infantil geradas por IA.
A operação foi uma das primeiras envolvendo material de abuso infantil gerado por IA, disse a Europol na época, acrescentando que havia uma falta de legislação em torno do uso de ferramentas de IA para esse fim.
Na terça-feira, a Europol listou ataques cibernéticos, contrabando de migrantes, tráfico de drogas e armas de fogo e irregularidades na gestão de resíduos entre as ameaças criminosas que mais crescem no continente.