Pelo acordo, o Departamento de Justiça dos EUA assumirá a liderança na investigação se a Nvidia violou as leis antitruste, enquanto a FTC examinará a conduta da OpenAI e da Microsoft.
Por Redação, com Reuters – de São Francisco
O Departamento de Justiça dos EUA e a Comissão Federal de Comércio chegaram a um acordo que lhes permite prosseguir com as investigações antitruste sobre os papéis dominantes que a Microsoft, a OpenAI e a Nvidia representam na indústria de inteligência artificial, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
Pelo acordo, o Departamento de Justiça dos EUA assumirá a liderança na investigação se a Nvidia violou as leis antitruste, enquanto a FTC examinará a conduta da OpenAI e da Microsoft. Embora a controladora da OpenAI seja uma organização sem fins lucrativos, a Microsoft investiu 13 bilhões de dólares em uma subsidiária com fins lucrativos, o que seria uma participação de 49%.
A parceria Microsoft-OpenAI também está sob escrutínio informal em outras regiões.
Os reguladores fecharam o acordo na semana passada e espera-se que seja concluído nos próximos dias, disse a fonte.
A FTC também está analisando o acordo de 650 milhões de dólares da Microsoft com a startup de inteligência artificial Inflection AI, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
A investigação foi relatada pela primeira vez pelo Wall Street Journal e o acordo dos reguladores pelo New York Times.
OpenAI e Nvidia não responderam imediatamente aos pedidos de comentários nesta quinta-feira. A Microsoft disse que cumpriu suas obrigações legais.
Ex-funcionário processa Meta por demissão relacionada a conteúdo sobre Gaza
Um ex-engenheiro da Meta acusou na terça-feira a empresa de preconceito no tratamento de conteúdo relacionado à guerra na Faixa de Gaza, alegando em um processo que a corporação o demitiu por tentar ajudar a corrigir bugs que causavam a supressão de publicações palestinas no Instagram.
Ferras Hamad, um engenheiro palestino-americano que fazia parte da equipe de aprendizado de máquina da Meta desde 2021, processou a empresa em um tribunal estadual da Califórnia por discriminação, rescisão injusta e outras irregularidades em sua demissão em fevereiro.
Na queixa, Hamad acusou a Meta de um padrão de preconceito contra palestinos, dizendo que a empresa excluiu comunicações internas de funcionários que mencionavam a morte de seus parentes em Gaza e conduziu investigações sobre o uso do emoji da bandeira palestina.
A empresa não iniciou nenhuma investigação desse tipo para funcionários que postaram emojis de bandeiras israelenses ou ucranianas em contextos semelhantes, de acordo com o processo.
A Meta não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters sobre as alegações de Hamad.
As alegações refletem críticas de longa data de grupos de direitos humanos sobre o desempenho da Meta na moderação do conteúdo publicado em suas plataformas sobre Israel e os territórios palestinos, inclusive em uma investigação externa que a empresa encomendou em 2021.
Desde o início da guerra no ano passado, a empresa tem enfrentado acusações de que está suprimindo expressões de apoio aos palestinos que vivem em meio à guerra.
Cerca de 200 funcionários da Meta levantaram preocupações semelhantes em uma carta aberta ao presidente-executivo Mark Zuckerberg e a outros líderes neste ano.
Hamad disse que sua demissão parece ter sido resultado de um incidente ocorrido em dezembro, envolvendo um procedimento de emergência criado para solucionar problemas graves nas plataformas da empresa, conhecido na Meta como SEV.
Irregularidades processuais
Ele havia notado irregularidades processuais no tratamento de um SEV relacionado a restrições de conteúdo publicado por personalidades palestinas do Instagram que impediam que as publicações aparecessem em buscas e feeds, segundo a denúncia.
Em um caso, segundo a denúncia, ele descobriu que um vídeo curto publicado pelo fotojornalista palestino Motaz Azaiza havia sido classificado erroneamente como pornográfico, embora mostrasse um prédio destruído em Gaza.
Hamad disse que recebeu orientações conflitantes de outros funcionários sobre o status do SEV e sobre uma autorização para que ele pudesse ajudar a resolvê-lo, embora já tivesse trabalhado em SEVs sensíveis semelhantes antes, inclusive relacionados a Israel, Gaza e Ucrânia. Mais tarde, seu gerente confirmou por escrito que o SEV fazia parte de sua função, disse ele.
No mês seguinte, depois que um representante da Meta lhe dizer que ele era alvo de uma investigação, Hamad apresentou uma queixa interna de discriminação e, dias depois, foi demitido, disse ele.
Hamad afirmou que a Meta lhe disse que ele foi demitido por violar uma política que impede os funcionários de trabalhar em questões relacionadas a contas de pessoas que eles conhecem pessoalmente, referindo-se a Azaiza, o fotojornalista. Hamad disse que não tem nenhuma ligação pessoal com Azaiza.