Advogados de Bolsonaro insistem na tese de que tudo o que foi discutido pelos golpistas está previsto na Constituição. Mais precisamente no artigo 142, que na leitura dos golpistas estabelece as Forças Armadas como poder moderador.
Por Redação – de Brasília
Entre os investigadores da Polícia Federal (PF) que acompanham o chamado ‘inquérito do golpe’, há o consenso de que a estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se sustenta, diante do peso do relatório final da corporação sobre o inquérito que apura o golpe de Estado fracassado no dia 8 de Janeiro.
Advogados de Bolsonaro insistem na tese de que tudo o que foi discutido pelos golpistas está previsto na Constituição. Mais precisamente no artigo 142, que na leitura dos golpistas estabelece as Forças Armadas como poder moderador.
A defesa do ex-mandatário neofascista diz ainda que não existem provas de que o ex-presidente tenha assinado a ‘minuta do golpe’. O próprio Bolsonaro tem verbalizado o discurso, ao afirmar que sempre agiu “dentro das quatro linhas (da Carta Magna)”.
Delegados
Na visão dos investigadores, em conversa com colunistas da mídia conservadora, a defesa de Bolsonaro deixa de lado tudo o que aconteceu durante o governo e após ele. As apurações apontam que o ex-presidente e aliados elaboraram um roteiro que resultaria em uma espécie de “golpe legal”.
Para alcançar tais objetivos, segundo o relatório da PF, o delegado Alexandre Ramagem teria sugerido a Bolsonaro que tirasse a autonomia dos delegados federais, como forma de controlar as investigações em andamento.
“O contexto das anotações acima indica que Ramagem sugestiona ao então presidente Jair Bolsonaro que interfira junto a administração da Polícia Federal para restringir a atuação funcional de delegados da Polícia Federal junto a inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal”, resume a PF, no documento.