Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro do ano passado, os houthis intensificaram os ataques contra a navegação internacional no Mar Vermelho, em "solidariedade" aos palestinos de Gaza.
Por Redação, com Lusa - de Sanaa, Iêmen
Os Estados Unidos, o Reino Unido e oito países aliados afirmam, em declaração conjunta, que pretendem desanuviar tensões e retomar a estabilidade no Mar Vermelho, após ataques contra o grupo rebelde houthis, do Iêmen.
"As ações demonstram compromisso comum com a liberdade de navegação, o comércio internacional e a defesa da vida dos marinheiros face a ataques ilegais e injustificáveis", afirmaram os governos dos dez países (Austrália, Bahrein, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos).
"O nosso objetivo continua a ser o desanuviamento das tensões e o restabelecimento da estabilidade no Mar Vermelho, mas que a nossa mensagem seja clara: não hesitaremos em defender vidas e assegurar o livre fluxo do comércio numa das vias navegáveis mais importantes do mundo face a ameaças persistentes", acrescentou o comunicado.
Na quinta-feira à noite, os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram bombardeios aéreos contra os rebeldes houthis no Iêmen, apoiados pelo Irã.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro do ano passado, os houthis intensificaram os ataques contra a navegação internacional no Mar Vermelho, em "solidariedade" aos palestinos de Gaza.
A Rússia condenou os ataques norte-americanos e britânicos, afirmando que se trata de uma "escalada" e de serem "destrutivos". A República Popular da China manifestou preocupação com o aumento das tensões no Mar Vermelho.
China manifesta preocupação
A China disse nesta sexta-feira que está preocupada" com a escalada das tensões no mar Vermelho, após os ataques aéreos feitos durante a noite pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen.
– A China está preocupada com a escalada das tensões no Mar Vermelho – declarou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, instando "as partes envolvidas a manterem a calma e a exercerem contenção, a fim de evitar que o conflito se alastre".
Os militares dos EUA e do Reino Unido bombardearam na quinta-feira mais de uma dúzia de locais usados pelos houthis, usando mísseis Tomahawk e jatos de combate lançados por navios de guerra e submarinos.
Os ataques aéreos atingiram a capital do Iêmen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irã, como Hodeida e Saada, informou o canal de televisão Houthi Al-Massirah.
Houthis
Um porta-voz dos rebeldes garantiu que os houthis vão continuar a atacar navios ligados a Israel no mar Vermelho, acusando os EUA e Reino Unido de lançarem ataques injustificados.
– Não há justificativa para essa agressão contra o Iêmen, uma vez que não houve ameaça à navegação internacional no Mar Vermelho – disse Mohamed Abdel Salam.
Em mensagem na rede social X, o dirigente afirmou que "os alvos foram e continuarão a ser navios israelenses ou aqueles que se dirijam para os portos da Palestina ocupada".
Desde 19 de novembro, os houthis lançaram 27 ataques com drones e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios ligados a Israel.
Rússia
A Rússia disse hoje que os ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os rebeldes houthis no Iêmen, em retaliação pelas ofensivas contra navios no Mar Vermelho, distorcem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo observou que os bombardeios "são novo exemplo da distorção das resoluções do Conselho de Segurança da ONU por parte dos anglo-saxões e do seu total desrespeito pelo direito internacional".
Em mensagem no Telegram, Maria Zajarova acusou Washington e Londres de realizar ataques "em nome de uma escalada na região para alcançar os seus objetivos destrutivos".