Governo dos EUA alega que um satélite russo recém-lançado é, na verdade, uma arma de contra ataque espacial enviada à mesma órbita de um satélite estadunidense.
Por Redação, com Canaltech – de Washington
Um satélite da Rússia lançado recentemente pode ser uma arma espacial posicionada estrategicamente na mesma órbita de um satélite de reconhecimento dos Estados Unidos. É o que alegou Robert Wood, representante interino dos EUA em assuntos políticos especiais nas Nações Unidas durante um debate na segunda-feira.
Segundo Wood, o lançamento do satélite russo teria acontecido no dia 16 de maio com destino à órbita baixa da Terra. “Os Estados Unidos avaliam que provavelmente é uma arma espacial, que pode ser capaz de atacar outros satélites na órbita baixa”, afirmou.
Em sua fala, Wood acrescentou que o satélite russo foi liberado na mesma órbita de um do governo dos Estados Unidos. E de fato, a Rússia lançou um foguete Soyuz-2.1b do Cosmódromo de Plesetsk no dia mencionado pelo oficial. A carga útil primária do veículo era o satélite Cosmos 2576. O governo do país não publicou detalhes sobre o satélite e nem sobre a sua missão.
Enquanto isso, observadores independentes de satélites perceberam nos dias após o lançamento que o Cosmos 2576 está em uma órbita que tem alguns parâmetros iguais aos do satélite USA 314. Este, por sua vez, parece ser o satélite de reconhecimento em questão.
Apesar de o Cosmos 2576 estar em uma órbita mais baixa que a do outro objeto, alguns observadores perceberam que o satélite russo Cosmos 2558 foi lançado a uma órbita parecida; depois, ele a aumentou e se aproximou do USA 326, outro satélite norte-americano de reconhecimento.
Satélites da Rússia
No entanto, Wood não revelou como o governo estadunidense concluiu que o novo satélite da Rússia é uma arma e nem quais seriam seus recursos. Por outro lado, ele observou que o lançamento “veio após outros lançamentos à órbita baixa de satélites da Rússia que provavelmente vieram de sistemas de contra ataques espaciais em 2019 e 2022”.
Vasily Nebenzya, embaixador da Rússia nas Nações Unidas, comentou brevemente as alegações de Wood. “Agora há pouco, o representante dos Estados Unidos se referiu a algum tipo de satélite que, na opinião dele, de novo, de forma altamente provável, possivelmente, colocou um motor nuclear. Eu nem entendi sobre o que ele estava falando, mas isso não é o importante”, observou.
Wood não é o único oficial norte-americano que fez observações do tipo sobre os planos da Rússia para o espaço. Em fevereiro, Mike Turner, presidente do Comitê de Inteligência dos Estados Unidos, sugeriu que a Rússia estaria trabalhando em uma arma nuclear espacial. Entretanto, não ficou claro se a suposta arma realmente existia.