“Hoje, o Santo Padre apresentou dois episódios de insuficiência respiratória aguda, causada por acúmulo significativo de muco endobrônquico e consequente broncoespasmo. Foram então realizadas duas broncoscopias com necessidade de aspiração de secreções abundantes”, diz o informe médico.
Por Redação, com Ansa – de Roma
O papa Francisco sofreu dois episódios de insuficiência respiratória aguda nesta segunda-feira, informou o Vaticano. Em nota, nesta tarde, os médicos informaram que o pontífice também precisou de ventilação mecânica não invasiva durante o dia. O estado de saúde de Francisco, que tem 88 anos, permanece “reservado”.

“Hoje, o Santo Padre apresentou dois episódios de insuficiência respiratória aguda, causada por acúmulo significativo de muco endobrônquico e consequente broncoespasmo. Foram então realizadas duas broncoscopias com necessidade de aspiração de secreções abundantes”, diz o informe médico.
O Vaticano acrescentou que o papa se manteve “vigilante, orientado e colaborativo”, durante todo o processo. O pontífice está internado no hospital Gemelli, em Roma, há mais de duas semanas. Ele foi internado no dia 14 de fevereiro com infecção respiratória grave, que desencadeou outras complicações. Agora, ele se recupera de um quadro de pneumonia bilateral.
Mensagem
Embora permaneça com uma pneumonia dupla, Francisco enviou uma mensagem à Assembleia-Geral da Pontifícia Academia para a Vida, órgão científico do Vaticano, na qual critica o neoliberalismo e aponta a “progressiva irrelevância dos organismos internacionais”.
Divulgado nesta segunda-feira, o texto foi preparado em 26 de fevereiro e é assinado do Policlínico Gemelli, em Roma, uma forma de o pontífice de 88 anos mostrar que continua ativo, apesar de seu delicado estado de saúde.
Na mensagem, o Papa aborda o conceito de “policrise”, ou seja, uma multiplicidade de emergências simultâneas, como “guerras, mudanças climáticas, problemas energéticos, epidemias, fenômeno migratório e inovação tecnológica”.
Míopes
“O entrelaçamento dessas questões críticas, que afetam simultaneamente diferentes dimensões da vida, nos leva a questionar o destino do mundo e nossa compreensão dele”, escreveu Francisco.
Mas, segundo o pontífice, “não será a tecnocracia que nos salvará”. “Apoiar uma desregulamentação utilitarista e neoliberal planetária significa impor a lei do mais forte, e esta é uma lei que desumaniza”, acrescentou.
Na mensagem, o santo padre também indicou uma “progressiva irrelevância dos organismos internacionais, que são minados por posturas míopes, preocupadas em proteger interesses particulares e nacionais”.
Respeito
“No entanto devemos continuar a trabalhar com determinação em prol de organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para garantir o bem comum mundial, a erradicação da fome e da miséria e a defesa dos direitos humanos fundamentais”, salientou o Papa, que prega um “multilateralismo que não dependa das circunstâncias políticas mutáveis ou dos interesses de poucos”.
“Trata-se de uma tarefa urgente e que diz respeito à humanidade inteira”, disse. Francisco está internado desde 14 de fevereiro com pneumonia bilateral e ainda apresenta um quadro clínico delicado, porém estável nos últimos dias.