O ministro reiterou que a Espanha “não entregará” López às autoridades venezuelanas, apesar de o Tribunal Supremo da Venezuela ter emitido ontem uma ordem de detenção contra o político.
Por Redação, com EFE - de Madri
O ministro das Relações Exteriores interino da Espanha, Josep Borrell, disse nesta sexta-feira que o governo limitará as atividades políticas do líder opositor venezuelano Leopoldo López, que se encontra na residência do embaixador da Espanha na Venezuela. – A Espanha não vai permitir que sua embaixada se transforme em um centro de ativismo político – disse Borrell a jornalistas no Líbano, onde faz uma visita oficial. O chanceler lembrou que López teve encontros na quinta-feira com a imprensa na embaixada e reiterou que “a partir de agora, isto será regulado”. O ministro especificou que, no direito internacional, a figura de “hóspede” na embaixada implica uma limitação em sua atividade política. – Temos confiança de que, nestas condições, a Venezuela vai respeitar naturalmente a imunidade do território da embaixada da Espanha – acrescentou Borrell. O ministro reiterou que a Espanha “não entregará” López às autoridades venezuelanas, apesar de o Tribunal Supremo da Venezuela ter emitido ontem uma ordem de detenção contra o político. Além disso, Borrell lembrou que López não pode solicitar asilo político porque a legislação espanhola só permite que isto seja feito dentro do território espanhol. O ministro também revelou que falou sobre a situação de López com o governo de Nicolás Maduro, com o qual mantém uma “relação cortês”, apesar de a Espanha ter reconhecido o opositor Juan Guaidó como presidente interino. O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela emitiu na quinta-feira uma ordem de detenção contra López, que cumpria desde 2014 uma condenação de 14 anos de prisão em Caracas, que foi convertida para prisão domiciliar em 2017. López foi libertado na terça-feira por um grupo de militares com um “indulto presidencial” do presidente do parlamento Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países. Guaidó pediu na terça-feira às forças armadas da Venezuela que se voltassem contra Nicolás Maduro, mas apenas um pequeno grupo de militares participou da rebelião.