As disputas ganharam força depois que o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou que as Forças Armadas compraram 35 mil unidades de Viagra. Apesar dos argumentos de que o medicamento seria utilizado para tratar casos de hipertensão pulmonar, as dosagens adquiridas são incomuns para esta finalidade, sendo utilizadas mesmo para disfunção erétil.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sinalizado que o ex-ministro da Defesa e general Walter Braga Netto (PL) deve ser anunciado como candidato a vice-presidente em sua chapa para este ano. Na semana passada, chegou a dizer que há "90% de chances" de Braga Netto compor a aliança.
O cenário, no entanto, ficou diferente após a notícia da compra de comprimidos de Viagra para as Forças Armadas. De acordo com o jornalista José Casado, da revista semanal de ultradireita Veja, há ainda no governo uma série de disputas internas pelo posto. "Líderes dos partidos Progressistas (PP), Liberal (PL) e Republicanos (PR) tentam convencer Bolsonaro a escolher um civil, profissional da política e com capacidade de agregar segmentos do eleitorado muito além dos muros dos quartéis", diz o colunista.
As disputas ganharam força depois que o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou que as Forças Armadas compraram 35 mil unidades de Viagra. Apesar dos argumentos de que o medicamento seria utilizado para tratar casos de hipertensão pulmonar, as dosagens adquiridas são incomuns para esta finalidade, sendo utilizadas mesmo para disfunção erétil.
‘Campo minado’
A compra do remédio pelas Forças Armadas ocorreu durante a gestão de Braga Netto na Defesa. “A vulnerabilidade da candidatura do general aposentado à vice de Bolsonaro era celebrada por seus adversários no governo", escreveu Casado.
"Braga Netto está em campo minado", acrescenta o colunista, porque opositores do general querem fazer uma devassa na trajetória do possível vice na chapa do presidente Bolsonaro.
Nesta manhã, no entanto, Bolsonaro tentou defender a compra das Forças Armadas do remédio Viagra
— Então as Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas. Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas fala-se em 50 mil comprimidos total. Com todo o respeito, isso é nada — disse Bolsonaro, em reunião com pastores evangélicos.