Domingo, 06 de Novembro de 2022 às 08:51, por: CdB
O contraponto, no entanto, está assegurado na participação do economista Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mello também foi chamado a participar da equipe de transição. Trata-se de um nome do quadro técnico do PT e, durante a campanha, ajudou a formular parte do discurso econômico de Lula.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Personagens distintas na cena econômica do país têm encontro marcado, a partir desta segunda-feira, nas reuniões da equipe de transição do mandato neofascista de Jair Bolsonaro (PL) para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A presença dos economistas neoliberais André Lara Resende e Pérsio Arida, outro idealizador do Plano Real, está garantida depois de aceitarem o convite feito pela equipe do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a mudança de eras.
Lara Resende também já ocupou a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Arida presidiu o Banco Central (BC), à época. O contraponto, no entanto, está assegurado na participação do economista Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mello também foi chamado a participar da equipe de transição. Trata-se de um nome do quadro técnico do PT e, durante a campanha, ajudou a formular parte do discurso econômico de Lula.
Expectativa
Além dos dois pensadores neoliberais – Arida e Lara Resende – o apoio a Lula ainda no primeiro turno das eleições ocorreu por parte de outro ex-presidente do BC, o economista Armínio Fraga, ex-associado ao megainvestidor George Soros, financiador das chamadas ‘Primaveras’ em países árabes e dos Balcãs. Fraga, no entanto, não foi convidado a participar da transição de governo.
Nesta segunda-feira, dia da primeira sessão após instalada a equipe econômica do novo governo, o mercado financeiro estará voltado para a possível indicação ao Ministério da Fazenda. O professor Guilherme Mello está entre os cotados para assumir a pasta, assim como o ex-ministro Nelson Barbosa.
A mídia conservadora também especula sobre os nomes de Alckmin, do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e do ex-candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad. A indicação mais assertiva, junto a setores do governo eleito é que Haddad assuma o Ministério do Planejamento.
Indicações
Entre os nomes chamados a integrar a equipe também está o da socióloga Neca Setubal, herdeira do Banco Itaú, uma aliada de longa data da deputada federal eleita Marina Silva (Rede), cotada para o Ministério do Meio Ambiente. Outro nome confirmado na equipe é o da presidenta-executiva da organização Todos pela Educação, Priscila Cruz.
O deputado Wolney Queiroz, indicado pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, está entre os quadros da equipe de transição. A Rede tende a sugerir, ainda, o ambientalista da executiva Pedro Ivo e seu porta-voz Wesley Diógenes.
No MDB, a indicação deve ficar entre o líder da Câmara, Isnaldo Bulhões, ou do Senado, Eduardo Braga. Já no PSD, o nome mais cotado é o do senador reeleito Otto Alencar, considerado um aliado histórico de Lula e parlamentar da Bahia, Estado decisivo para a vitória petista.