Na função desde janeiro passado, o diplomata eslovaco não explicou os motivos de sua decisão, que chega a um mês das eleições presidenciais supervisionadas pela ONU para pacificar o país africano.
Por Redação, com ANSA - de Nova York
O enviado especial das Nações Unidas (ONU) para a Líbia, Ján Kubis, renunciou ao cargo nesta terça-feira.
Na função desde janeiro passado, o diplomata eslovaco não explicou os motivos de sua decisão, que chega a um mês das eleições presidenciais supervisionadas pela ONU para pacificar o país africano.
Fontes das Nações Unidas afirmaram que o enviado sentia não ter "apoio suficiente" e também citaram divisões no Conselho de Segurança sobre a missão na Líbia.
Alguns membros querem que o escritório do enviado seja transferido de Genebra, na Suíça, para a capital líbia, Trípoli, mas Kubis estaria relutante em aceitar a mudança.
Críticas na ONU
O diplomata também era alvo de críticas na ONU por não ter monitorado mais de perto o processo eleitoral no país africano.
As eleições legislativas estão previstas para janeiro, mas as presidenciais serão já em 24 de dezembro e contam com 98 candidatos, embora esse número deva ser reduzido após uma análise mais aprofundada das documentações.
Khalifa Haftar
Entre os postulantes estão o marechal Khalifa Haftar, um dos protagonistas dos conflitos da última década no país, e o segundo filho do ex-ditador Muammar Kadafi, Saif al-Islam Kadafi. Ambos são acusados de crimes de guerra e contra a humanidade.
Além desses dois, os outros candidatos que devem protagonizar a disputa são o primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, que chefia um governo de união nacional desde março; o presidente do Parlamento, Aguila Saleh; e o ex-ministro do Interior Fathi Bashagha.
A Líbia vive fragmentada desde a queda de Kadafi, em 2011, e foi tomada por guerras de milícias na segunda metade da década passada.
As negociações para reunificar o país duraram vários anos, mas ganharam impulso com a derrota militar de Haftar, dominante no leste e que havia lançado uma ofensiva em 2019 para conquistar Trípoli e assumir o controle de todo o território nacional.
Um cessar-fogo permanente está em vigor desde outubro de 2020.