Rio de Janeiro, 01 de Abril de 2025

Endividamento das famílias brasileiras registra nova queda

Em meio a uma trajetória decrescente, o índice de famílias inadimplentes também apresentou redução em novembro, tanto em relação ao mês anterior, outubro, quanto em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segunda, 04 de Dezembro de 2023 às 18:40, por: CdB

Em meio a uma trajetória decrescente, o índice de famílias inadimplentes também apresentou redução em novembro, tanto em relação ao mês anterior, outubro, quanto em comparação ao mesmo período do ano passado.


Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo

O volume de 76,6% das famílias brasileiras têm dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa), no mês de novembro, registrando queda de 0,5% no número de endividados, comparado ao mês anterior. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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As negociações entre bancos e clientes têm ajudado a reduzir o nível de endividamento da população


Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a segurança financeira dos consumidores advém da melhora das condições econômicas do País.

— O progresso do mercado de trabalho, mesmo em menor escala, com a maior contratação esperada neste período de fim de ano, vem favorecendo os orçamentos domésticos, indicando que menos pessoas estão recorrendo ao crédito, pois estão conseguindo arcar com as dívidas correntes — afirmou Tadros.

 

Desenrola


Em meio a uma trajetória decrescente, o índice de famílias inadimplentes também apresentou redução em novembro, tanto em relação ao mês anterior, outubro, quanto em comparação ao mesmo período do ano passado.

— O percentual alcançou 29%, representando o menor patamar desde junho de 2022. O número de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores recuou para 12,5%, mas continua superior ao nível de novembro do ano passado. A queda, embora ainda pequena, traz um importante indício de eficácia do programa Desenrola — explicou o economista-chefe da CNC e responsável pela pesquisa, Felipe Tavares.

Embora tenha havido redução do número geral de endividados, a faixa de renda média (5-10 salários mínimos) registrou um aumento do volume de pessoas endividadas, voltando aos níveis observados em novembro de 2022.

 

Em atraso


Ainda assim, a maioria desses consumidores (35%) considera-se "pouco endividada". No entanto, esse grupo também apresentou o quarto aumento consecutivo do número de dívidas em atraso, atingindo o nível mais alto da série histórica, com 24,2%. Embora a proporção dos que afirmam não ter condições de pagar dívidas atrasadas tenha diminuído na maioria dos grupos, ela permanece acima do resultado do ano anterior em todos eles.

— No que diz respeito aos consumidores de baixa renda (0-3 SM), estes apresentam o maior percentual de dívidas em atraso, atingindo 36,6%, e são aqueles com maior probabilidade de não conseguir arcar com essas dívidas, representando 17,2%. Agravando a situação de inadimplência, esses consumidores têm uma alta dependência de dívidas, comprometendo 31,9% de sua renda — analisa Tavares.

O cartão de crédito, ainda segundo o levantamento, permanece como o ativo mais utilizado entre os endividados, representando 87,7% do total de devedores, com um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Mulheres


Em um ano, a proporção de consumidores endividados diminuiu nos dois grupos de gênero, mas, entre as mulheres, a queda foi mais intensa (-3,4 p.p.) comparada aos homens (-1,5p.p.).

Comparado ao mês de outubro, o volume de mulheres endividadas manteve a tendência de queda, enquanto o endividamento entre o público masculino teve ligeiro aumento (0,4 p.p.). Dados da Peic também registram que mais mulheres reportam dificuldades de quitar todas as dívidas em dia (30,1%) do que homens (28%).

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