Em vários Estados do país, de segunda a sexta-feiras, houve até a distribuição de cerveja; desconto no supermercado e em restaurantes premiados da cidade.
Por Redação, com agências internacionais - de Nova York, EUA
O domingo primaveril norte-americano, apesar de carrancudo, ficou mais açucarado e leve com a distribuição de donuts grátis e cigarrinhos de maconha (baseados) para quem se dispusesse a tomar uma dose da vacina contra a covid-19. A campanha se prolonga desde a semana passada.
Em vários Estados do país, de segunda a sexta-feiras, houve até a distribuição de cerveja; desconto no supermercado e em restaurantes premiados da cidade; além de ingressos para jogo de beisebol e flores grátis, com direito a sorteio de um Chevrolet Camaro ou mesmo dinheiro vivo. Os incentivos são ofertas de empresários e governos locais nos EUA para que a população se vacine contra covid-19 não param de crescer.
Os EUA aceleraram a vacinação em março e abril, com recorde de 4 milhões de pessoas imunizadas por dia, mas o país tem registrado uma queda nos números de imunização. O problema não é a oferta de vacinas, e sim a demanda, algo que autoridades e o setor privado tentam contornar.
Estratégias
Na primeira quinzena de abril, os EUA imunizaram, em média, 3,38 milhões de pessoas por dia. O número caiu para 2 milhões nesta semana. O país conseguiu aplicar ao menos uma dose em 150 milhões de pessoas, o equivalente a 57% dos adultos e 45% da população total. O desafio agora é atingir a parcela da população que não quer se vacinar ou os que têm dificuldades de acessar os locais de imunização.
Novas estratégias dos governos federal e estaduais tentam facilitar o acesso à vacina. Muitas cidades deixaram de lado o sistema de agendamento adotado anteriormente para permitir a aplicação de doses em qualquer cidadão, sem horário marcado. Os centros de vacinação em massa – normalmente em estádios, grandes escolas ou outlets, distantes das cidades – têm sido desativados para privilegiar farmácias e clínicas de saúde rurais. A ideia é aumentar a capilaridade e aproximar os locais de vacinação das pessoas.
O governo federal também ofereceu crédito fiscal para empresas concederem folga remunerada aos funcionários que precisam do dia livre para receber a vacina – ou para lidar com efeitos adversos. Cerca de mil empresas já aderiram.
Resistência
Mas todas essas promoções não comovem cerca de um terço da população que, simplesmente, recusa-se à vacina por algum motivo. Pesquisa da organização Kaiser Family Foundation aponta que 6% dos norte-americanos afirmam que somente tomarão a vacina se forem obrigados; 13% dizem que “definitivamente” não irão se vacinar e 15% vão “esperar para ver” antes de decidir. A resistência de parte dos norte-americanos coloca em risco o sucesso da estratégia de imunização do país.
Iniciativas locais tentam convencer ao menos a parcela dos que ainda estão abertos à ideia de se vacinar. Algumas foram anunciadas pelos especialistas que comandam o combate à pandemia em nome do governo Biden, como descontos em redes de supermercado de até 10% para vacinados.
Em farmácias como a CVS, a compra ficará 5% mais barata. Ligas esportivas, como a NFL, de futebol americano, e a MBL de beisebol, concordaram com sorteio de ingressos, programas de vacinação nos estádios e descontos nos produtos licenciados.
Promoção
Em Nova York, quem se vacinar no estádio dos Yankees ou no do Mets em dia de jogo de beisebol ganhará a entrada, segundo o governador Andrew Cuomo. E quem já estiver vacinado poderá sentar em uma ala do estádio sem restrições, onde torcedores podem aglomerar com os amigos. Os que não receberam o imunizante continuarão em seções com distanciamento.
Até o fim do ano, os vacinados terão direito a um donut por dia na rede Krispy Kreme. Em Washington, o premiado chef espanhol José Andrés, dono de cinco restaurantes no centro da capital americana, anunciou que, a partir de hoje, pessoas vacinadas ganharão um vale de US$ 50 (o equivalente a R$ 265) para comer nos estabelecimentos. A promoção vale até que 70% da população norte-americana esteja vacinada, segundo o próprio chef anunciou no Twitter.
“Alguns heróis usam capas, outros usam aventais”, comemorou a prefeita de Washington, Muriel Bowser, ao saber da iniciativa.
Maconha
Em Nova Jersey, a cervejaria Bowser e o governador de New Jersey, Phil Murphy, ofereceram cerveja de graça para quem tomar a primeira dose da vacina. Na capital norte-americana, as primeiras pessoas que receberem uma dose hoje, véspera do dia das mães, ganharão flores e plantas. A prefeitura de Washington tem organizado dias de voluntariado nos quais moradores ajudam a contatar vizinhos e convencê-los a se vacinar.
Em Nova York, desde abril, ativistas vêm distribuindo cigarros de maconha a pessoas vacinadas. Em março, a maconha recreativa foi aprovada no Estado. Em Michigan, um dispensário de maconha também oferece baseados de graça a quem já se vacinou.
Em Memphis, no Estado de Tennessee, os vacinados podem entrar em um sorteio de um carro novo. O vencedor pode escolher entre uma lista de veículos, como um Chevrolet Camaro.
“Receber uma dose (de vacina) não é apenas sua melhor chance de se manter seguro e saudável, você também terá a chance de ganhar um veículo novo de sua escolha”, anunciou a prefeitura.