Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Dólar recua diante jogo pesado imposto por leilões em série do BC

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Quarta, 28 de Novembro de 2018 às 13:47, por: CdB

Depois de subir 4,75% em cinco pregões seguidos de alta, o Banco Central anunciou para a véspera leilão de US$ 2 bilhões em linha, vendido integralmente, e outra oferta de US$ 1 bilhão para esta quarta-feira.

 
Por Redação - de São Paulo
  O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, sob influência de nova intervenção do Banco Central por meio de leilão de linha — venda com compromisso de recompra —, mas acompanhando a disputa comercial entre Estados Unidos e China e aguardando discurso do chairman do banco central norte-americano.
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BC colocou mais de US$ 2 bilhões à venda na tentativa de deter a alta do dólar
Às 10h18, o dólar recuava 0,26%, a R$ 3,8666 na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,04%, a R$ 3,8767. O dólar futuro tinha queda de 0,25%. — Leilão de linha e exterior estão garantindo a queda do dólar, mas acho que o leilão aqui pesa mais. O BC está dando liquidez para o mercado nessa época de saída. A tendência é o dólar dar uma estabilizada ao redor de R$ 3,70 até o final do ano — disse o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcanti.

Venda futura

Depois de subir 4,75% em cinco pregões seguidos de alta, o Banco Central anunciou para a véspera leilão de US$ 2 bilhões em linha, vendido integralmente, e outra oferta de US$ 1 bilhão para esta quarta-feira. — Se o dólar voltar para um patamar mais ‘normal’, o BC pode interromper esses leilões. Caso contrário, pode vir a fazer até diariamente — disse Cavalcanti. A autoridade também realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de US$ 12,217 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Juros nos EUA

No exterior, o ambiente está mais tranquilo neste pregão, depois que o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira que uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 é uma oportunidade para “virar a página” sobre a disputa comercial. Dessa forma, ele suavizou as declarações dadas por Trump na véspera de que era “altamente improvável” que ele aceitasse o pedido da China para suspender o aumento das tarifas. Os investidores também estão à espera dos dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA que, somados ao discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, podem dar um indício mais claro sobre a trajetória de juros do país.

Impasse

A preocupação com a desaceleração econômica mundial em meio ao ambiente comercial mais hostil tem levado os investidores a avaliarem que o banco central dos EUA pode ser mais sutil na trajetória de aumento de juros no país. Se isso acontecer, esse movimento beneficiaria emergentes como o Brasil ao manter a atratividade desses mercados aos investidores. “Caso o impasse entre os EUA e a China não chegue a nenhuma conclusão, a tendência de elevações mais pontuais de juros começa a perder força, na expectativa por uma atividade econômica com menor crescimento, dirimindo a necessidade do contínuo aperto”, escreveu a gestora Infinity em relatório.

Emergentes

No mercado de ações, os papéis dos mercados emergentes subiram para a máxima em quase dez dias nesta quarta-feira, com os índices chinesas impulsionando os mercados asiáticos depois que a Casa Branca sinalizou uma possível trégua em sua guerra comercial com Pequim. O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira que uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 é uma oportunidade para “virar a página” sobre a disputa. O índice acionário chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,3%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,1%. As bolsas na África do Sul, na Turquia e na Índia, ganharam entre 0,7 e 1,5%.

Ibovespa

Ainda nesta quarta-feira, a bolsa paulista passava a trabalhar no território positivo, com o Ibovespa apoiado particularmente na recuperação das ações da Vale, mas com papéis da Petrobras também ocupando os holofotes em meio a expectativas relacionadas à votação do projeto que trata da cessão onerosa. Às 11h19, o Ibovespa subia 0,59%, a 88.408,24 pontos. Na mínima, mais cedo, caiu 0,27%. O volume financeiro somava R$ 2,14 bilhões.

Moeda virtual

No câmbio de moedas virtuais, o bitcoin subia cerca de 6% nesta quarta-feira, perto dos 4 mil dólares e rumando para o melhor ganho diário desde julho depois de recuperar terreno ante fortes perdas recentes. Às 9h20 (horário de Brasília), a maior criptomoeda do mundo era negociada a US$ 3.989 na plataforma Bitstamp, depois de amplo movimento de queda que atingiu moedas digitais nas últimas duas semanas. Apesar da alta, o bitcoin ainda acumula desvalorização de mais de 70% neste ano.
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