As nações emergentes enfrentam uma dívida pública impressionante de US$ 29 trilhões (R$ 157 trilhões). Quinze países gastam mais em pagamentos de juros do que em educação, de acordo com um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento; 46 gastam mais em pagamentos de dívidas do que em assistência médica.
Por Redação, com Vatican News – de Roma
A recente reunião do Vaticano sobre a crise da dívida global, presidida pelo papa Francisco, não foi tão cheia de celebridades quanto a que o Papa João Paulo II presidiu há 25 anos, quando usou óculos escuros dados a ele por Bono, vocalista da banda U2.
Mas a mensagem que o atual pontífice transmitiu dessa vez — para uma sala cheia de banqueiros e economistas em vez de estrelas do rock — foi a mesma: os países mais pobres do mundo têm sido esmagados por dívidas incontroláveis e as nações mais ricas precisam fazer mais para ajudar.
As nações emergentes enfrentam uma dívida pública impressionante de US$ 29 trilhões (R$ 157 trilhões). Quinze países gastam mais em pagamentos de juros do que em educação, de acordo com um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento; 46 gastam mais em pagamentos de dívidas do que em assistência médica.
Gastos
Dívidas incontroláveis têm sido uma característica recorrente da economia global moderna, mas a onda atual pode muito bem ser a pior até agora. De modo geral, a dívida do governo em todo o mundo é quatro vezes maior do que era em 2000.
A campanha do Jubileu de 2000 contou com a participação de uma coalizão improvável de líderes religiosos, músicos, acadêmicos, conservadores evangélicos, ativistas liberais e políticos. Mais de 21 milhões de pessoas assinaram petições apoiando o perdão das dívidas. Isso acabou resultando em um esforço global extraordinário que eliminou mais de US$ 100 bilhões (R$ 542 bilhões) em dívidas de 35 nações pobres.
O Papa Francisco reviveu a ideia para o Jubileu de 2025 da Igreja. Nomeado cardeal na Argentina em 2001, no auge do colapso financeiro do país, Francisco viu em primeira mão a miséria e os violentos tumultos que uma crise da dívida poderia causar.