Para cada US$ 1 a mais em dívida, o PIB mundial aumentou US$ 0,27 no período, segundo relatório divulgado globalmente nesta quarta-feira pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), que reúne 450 bancos em 70 países. A marca inédita é atingida no momento em que os EUA iniciam um ciclo de aumento das taxas de juros para combater a inflação.
Por Redação, com ACSs - de Genebra
A dívida global de governos, empresas, bancos e famílias superou, no primeiro trimestre deste ano, o maior patamar de todos os tempos em dólares: US$ 305,3 trilhões. O recorde ocorre no fim de uma década em que o endividamento mundial subiu sistematicamente acima da taxa de crescimento dos países.
Para cada US$ 1 a mais em dívida, o PIB mundial aumentou US$ 0,27 no período, segundo relatório divulgado globalmente nesta quarta-feira pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), que reúne 450 bancos em 70 países. A marca inédita é atingida no momento em que os EUA iniciam um ciclo de aumento das taxas de juros para combater a inflação.
Confortável
O movimento deve encarecer e dificultar, para muitos países, o refinanciamento de seus débitos, sobretudo os denominados em dólar, já que a moeda tende a se valorizar com os juros norte-americanos em alta. Segundo o IIF, a fatia no endividamento global dos países emergentes se aproxima pela primeira vez de US$ 100 trilhões.
Neste ano, eles têm pagamentos combinados equivalentes a US$ 5,5 trilhões — muitos com parcelas significativas em moeda estrangeira. Argentina e Chile, por exemplo, têm débitos em dólares e euros (de empresas, bancos e governos) equivalentes, respectivamente, a 56% e 62% de seu PIB. A Turquia, com 97%, é o emergente mais exposto a turbulências no mercado internacional.
O Brasil aparece em situação confortável, com dívidas em moeda estrangeira equivalentes a 27,5% do PIB.