Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Diante da derrota prevista nas pesquisas, Crivella perde a cabeça e ofende Paes

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Sexta, 20 de Novembro de 2020 às 13:01, por: CdB

Após analisar as pesquisas de intenção de voto, Crivella tenta agora atrair o voto conservador ao vincular o adversário à esquerda e afirmar que o PSOL, que declarou “apoio crítico” a Paes, terá a Secretaria de Educação em caso de vitória do integrante do DEM, um partido também de direita.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Ao perceber que a derrota nas eleições do próximo dia 29 está cada vez mais próxima, o prefeito do Rio e candidato da ultradireita Marcelo Crivela (Republicanos) partiu para as agressões verbais contra seu oponente, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). A atitude, no entanto, cristaliza um comportamento que visa buscar o voto evangélico e conservador que, em parte, o abandonou no primeiro turno.
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Crivella (E) partiu para as agressões pessoais contra o adversário, no debate promovido pela Band
Após analisar as pesquisas de intenção de voto, Crivella tenta agora atrair o voto conservador ao vincular o adversário à esquerda e afirmar que o PSOL, que declarou “apoio crítico” a Paes, terá a Secretaria de Educação em caso de vitória do integrante do DEM, um partido também de direita. O candidato e a legenda, no entanto, negam qualquer negociação nesse sentido. Mais longe ainda na tentativa de denegrir o adversário, o atual prefeito associa sem qualquer prova, um suposto acordo para a promoção da “pedofilia nas escolas”.  — O PSOL, dizem, vai tomar conta da Secretaria de Educação. Agora você imagina em pedofilia nas escolas. Eu fico imaginando um irmão meu, evangélico, batista, metodista, assembleiano, alguém da Universal. Jesus disse pra nós que o Reino de Deus é das crianças. 'Quem recebe uma criança, recebe a mim'. Jesus se comparou às crianças. E nós vamos aceitar pedofilia na escola no ensino infantil? — afirmou.

Desesperado

A declaração está gravada em um vídeo divulgado pelo deputado federal Otoni de Paulo (PSC) em Brasília, antes de Crivella encontrar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a promoção de sua campanha. O material também foi publicado nas páginas do prefeito em rede sociais. — É um risco que nós estamos correndo se Eduardo Paes for eleito. E aqui não estamos num show de terrores para tentar amedrontar. É a realidade — disse Otoni. A presidente do PSOL no Rio de Janeiro, Isabel Lessa, repudiou a declaração de Crivella. Segundo afirmou, trata-se da “atitude de um homem desesperado, que claramente sabe que vai perder as eleições”. A sigla pediu à Justiça Eleitoral para que o prefeito seja obrigado a publicar um direito de resposta em suas redes sociais Paes afirmou, em nota, que “esta atitude reflete o desespero dele com a crescente perspectiva de derrota nas urnas”. — Não imaginava que seria capaz de ir tão longe na baixeza e na mentira. Ele será processado eleitoral, cível e criminalmente por essa gravíssima e mentirosa acusação — disse o candidato, que lidera as pesquisas de opinião.

‘Vagabundo’

Crivella volta ao noticiário apenas 24 horas depois da declaração em que xinga o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), de “vagabundo” e com o termo homofóbico “viado”. Ele falava sobre as Organizações Sociais (OS) de saúde. — Eu entrei na Justiça contra esses vagabundos. Sabe o que eles fizeram? Dei dinheiro para pagar aos funcionários, eles pegaram e pagaram fornecedor, que tinha que pagar dia 10 de dezembro. E faltou dinheiro. Sabe de quem é essa OS? Essa OS é de São Paulo. É do Doria. Viado! Vagabundo! — disse o prefeito, em outro vídeo distribuído pelas redes sociais. Na noite passada, os candidatos também trocaram intensas acusações durante o debate realizado pela TV Bandeirantes. Paes chamou Crivella de “pai da mentira” e o comparou ao governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), alvo de um processo de impeachment.

TV Globo

Crivella, por sua vez, disse que Paes não gosta de mulher e referiu-se ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB) como “pai” do candidato do DEM. Em meio às acusações, sobrou pouco tempo para propostas de governo. Crivella amarga uma desvantagem substancial nas pesquisas, uma vez que se a eleição fosse hoje, Paes venceria por 54% a 21% dos votos, segundo o Instituto Datafolha, e por 53% a 23% segundo o Ibope. Diante do quadro desesperador, ele agora acusa Paes de envolvimento com casos de corrupção registrados durante as obras para a Olimpíada e disse que seu antecessor deixou dívidas que dificultaram sua administração. Eduardo Paes se defende e acusa o atual prefeito de abandonar a cidade; além de se envolver com corrupção. Crivella também acusou Paes de ter um acordo a TV Globo, para se beneficiar enquanto era prefeito, e então o candidato do DEM ressaltou que o atual prefeito é sobrinho de Edir Macedo, dono da TV Record. — Ele tem um titio que é dono de televisão e acha que todo mundo tem alguma coisa a ver com canal de televisão. Eu não tenho televisão nenhuma — concluiu.
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