Muito está em jogo para Tóquio, que ficaria com todo o prejuízo se a Olimpíada for cancelada ou realizada em outro lugar pelos termos do contrato que assinou com o COI.
Por Redação, com Reuters - de Atenas
Depois de investir mais de US$ 12 bilhões durante quase uma década nos preparativos para sediar a Olimpíada de 2020 em Tóquio, o sonho do Japão está sob risco por causa do coronavírus, e um único homem pode ter a palavra final sobre o assunto.
Thomas Bach, o ex-campeão olímpico de esgrima, de 66 anos, e atual presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), tem praticamente controle total sobre a entidade e é, de longe, a maior influência no processo que decidirá se os Jogos irão ou não acontecer.
Com tanto dinheiro e prestígio em jogo, o advogado alemão está no momento apoiando firmemente a posição japonesa de que o evento marcado para ocorrer entre 24 de julho e 9 de agosto irá adiante, afirmando que o COI segue “completamente comprometido”.
O coronavírus
Mas ao passo que o coronavírus se espalha da China para outros 55 países e territórios, com o Japão registrando mais de 900 casos e nove mortes, incluindo dentro de um navio, há uma crescente ansiedade relacionada aos riscos para a Olimpíada, incluindo torcedores e atletas.
Muito está em jogo para Tóquio, que ficaria com todo o prejuízo se a Olimpíada for cancelada ou realizada em outro lugar pelos termos do contrato que assinou com o COI. Mas a cidade tem em Bach, conhecido por manter suas posições mesmo na adversidade, um forte aliado.
Bach tem controle total sobre o comitê executivo do COI, que tomará qualquer decisão final sobre a Olimpíada de Tóquio.
Contratualmente, o Japão não tem qualquer influência. Os termos estipulam que o COI tem “discricionariedade única” para avaliar os riscos e pode cancelar os Jogos por razões que incluem a segurança estar “seriamente ameaçada”.
A cidade-sede e o Comitê Olímpico do Japão também abriram mão do direito a indenização, danos ou compensação por parte do COI.