Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Deslizamentos em Papua-Nova Guiné deixam mais de 2 mil soterrados

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Segunda, 27 de Maio de 2024 às 12:06, por: CdB

O Centro Nacional de Desastres do país insular divulgou a estimativa em uma carta enviada às Nações Unidas no domingo. Ao mesmo tempo, uma agência da ONU calculou que o número de mortos no desastre seria de 670.

Por Redação, com DW – de Port Moresby

Deslizamentos de terra ocorridos há três dias, que devastou uma cidade remota no norte da Papua-Nova Guiné, podem ter soterrado mais de 2 mil pessoas, segundo estimativas do governo local divulgadas nesta segunda-feira em um pedido de ajuda internacional nos esforços de resgate das vítimas.

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Dificuldade de acesso ao local impede estimativa precisa do número de vítimas e dos prejuízos

O Centro Nacional de Desastres do país insular divulgou a estimativa em uma carta enviada às Nações Unidas no domingo. Ao mesmo tempo, uma agência da ONU calculou que o número de mortos no desastre seria de 670.

A diferença nos números reflete a dificuldade de acesso ao local e a falta de uma estimativa precisa do número de habitantes da ilha. O último recenseamento populacional confiável em Papua-Nova Guiné foi realizado em 2000, sendo que muitas pessoas vivem em vilarejos isolados nas regiões montanhosas.

A região onde ocorreu o desastre está localizada a cerca de 600 quilômetros de Port Moresby, capital do país situado na Oceania.

Risco de novos deslizamentos

Os deslizamentos ocorreram às 3h da madrugada, no horário local, e atingiram a cidade de Kaokalam, soterrando casas com uma camada de entre seis e oito metros de profundidade. Equipes de resgate relataram ter ouvido gritos vindos debaixo da terra.

“O deslizamento de terra enterrou mais de 2 mil pessoas e causou enorme destruição em edifícios e plantações, gerando impacto na linha de vida econômica do país”, afirmava a carta do Centro Nacional de Desastres enviada à ONU.

O governo local pediu que a ONU informasse os países parceiros no desenvolvimento de Papua-Nova Guiné e a comunidade internacional.

O diretor da Organização Internacional para a Migração (OIM) da ONU Serhan Aktoprak relatou que ainda ocorrem deslizamentos de terra e quedas de rochas. Ele disse que correntes de água se deslocam entre o solo e os resíduos, enquanto rachaduras aparecem em terrenos ao lado do local do desastre.

– Isso poderá causar novos deslizamentos – alertou, destacando que há “graves riscos” para as equipes e moradores.

A área afetada costuma sofrer com chuvas intensas e inundações, e deslizamentos de terra não são incomuns no país, onde, apesar da riqueza de recursos naturais, grande parte dos seus mais de 9 milhões de habitantes vive em extrema pobreza e está isolada devido a uma falta de comunicações e infraestruturas, especialmente em locais remotos como o da atual catástrofe.

Comunidade internacional se mobiliza

Está programada para esta terça-feira uma reunião online de emergência com governos estrangeiros mediada pela ONU, para coordenar os esforços de resgate.

A Austrália anunciou nesta segunda-feira o envio de ajuda emergencial, como abrigos, kits de higiene e apoios específicos para mulheres e crianças. O presidente da China, Xi Jinping, prestou suas condolências e ofereceu a ajuda de seu país.

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, também ofereceram apoio, assim como o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Papua-Nova Guiné fica no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica que é abalada por cerca de 7 mil terremotos por ano, a maioria deles moderados.

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