A área de compras dos supermercados, no entanto, têm acertado em suas previsões sobre os estoques. O índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) calculado pela Neogrid, empresa especializada em cadeias de suprimentos, teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio.
Por Redação - de São Paulo
Os consumidores têm controlado, cada vez mais, o orçamento familiar e com a demanda em queda livre em face da inflação, as redes de supermercados reduziram estoques e têm buscado equilibrar pedidos, ao encomendar apenas a previsão do que vai para o carrinho de compras. A essa maior seletividade, porém, tem aumentado a queda de braço entre lojistas e indústria, que tem sido mais criteriosa nos descontos para grandes encomendas.
A área de compras dos supermercados, no entanto, têm acertado em suas previsões. O índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) calculado pela Neogrid, empresa especializada em cadeias de suprimentos, teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio. Esse não é um indicador de desabastecimento, mas, sim, de faltas pontuais, que ocorrem em razão de estoques menores e entregas postergadas.
— A ruptura do mês reflete um conjunto de fatores: o aumento de preços; o varejo comprando menos e os estoques mais baixos; o consumidor com menor poder aquisitivo; as compras em menor quantidade e a procura por itens essenciais, com o cliente tirando do carrinho os itens indulgentes (aqueles com os quais o comprador se presenteia) — afirmou Robson Munhoz, diretor da Neogrid, ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP). Ou seja, com o consumidor comprando menos, ainda que os estoques diminuam, não faltam tantos produtos da prateleira.
Oportunidade
Segundo Munhoz, o varejo alimentar vem trabalhando com o menor índice de estoques em dois anos.
— As varejistas não estão mais comprando por oportunidade, mas sim por necessidade. Diversas indústrias têm limitado os volumes e, por isso, os descontos concedidos têm sido mais criteriosos — acrescentou.
Para ele, as varejistas estão aprendendo a calcular a demanda do ponto de vista do consumidor.
— É um ensaio mais apurado sobre o que de fato vende. Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia — resumiu.