O governo dos Estados Unidos decidiu adiar a aplicação de tarifas de 10% sobre alguns produtos chineses, incluindo laptops e celulares.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O dólar reverteu sua direção e caía acentuadamente ante o real nesta terça-feira, após os Estados Unidos anunciarem que adiarão a aplicação de tarifas sobre alguns produtos chineses para 15 de dezembro, ante prazo original de 1º de setembro.
Às 10:58, o dólar recuava 0,65%, a R$ 3,9579 na venda.O dólar futuro de maior liquidez cedia por volta de 0,5% neste pregão.
Após abrir em alta contra o real, o dólar passou a cair acentuadamente frente à divisa brasileira por volta das 10h45, depois de anúncio do representante de Comércio dos Estados Unidos, que também impulsionou índices acionários norte-americanos e rendimentos dos Treasuries a atingirem máximas desta sessão.
Alta da moeda
Na manhã desta terça-feira, dólar subia ante o real acompanhando o exterior, aonde ainda predomina a cautela ligada à disputa comercial entre Estados Unidos e China e ao resultado das eleições primárias na Argentina, e tendo como pano de fundo eventual anúncio de medidas econômicas no cenário doméstico.
Às 10:15, o dólar avançava 0,51%, a R$ 4,0042 na venda.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,06%, a 3,9837 reais na venda, tendo superado durante o pregão a marca psicológica de 4 reais pela primeira vez desde o fim de maio.
O dólar futuro de maior liquidez avançava por volta de 0,5% neste pregão.
O pregão desta terça-feira iniciou mais uma vez com a cautela dando o tom. De maneira geral, a percepção é de que faltam fatos, no panorama global, que encorajem investidores a abandonarem a busca por proteção, ao mesmo tempo em que surgem novas tensões geopolíticas que continuam justificando tal movimento.
China e aplicação de tarifas
O governo dos Estados Unidos decidiu adiar a aplicação de tarifas de 10% sobre alguns produtos chineses, incluindo laptops e celulares, que estavam previstas para entrar em vigor no próximo mês, disse o gabinete do Representante de Comércio dos EUA nesta terça-feira.
A ação do gabinete foi publicada minutos após o ministro do Comércio da China ter dito que o vice-Premiê Liu He conduziu uma ligação telefônica com autoridades comerciais norte-americanas.
Outros produtos cujas tarifas serão adiadas até 15 de dezembro incluem “computadores, consoles de videogames, certos brinquedos, monitores de computadores e alguns itens de vestuário e calçados”, disse a representação de Comércio em comunicado.
Um grupo separado de produtos também será excluído, “com base em saúde, segurança, segurança nacional e outros fatores”, completou.
Investidores em tecnologia comemoraram a notícia das isenções, gerando uma alta de 2,8% em um índice de estoques de chips, enquanto as ações da Apple subiram mais de 5%.
O presidente Donald Trump disse em 1º de agosto que imporá uma tarifa de 10% sobre US$300 bilhões de produtos chineses, culpando a China por não cumprir as promessas de comprar mais produtos agrícolas americanos. Ele também criticou pessoalmente o presidente chinês, Xi Jinping, por não conseguir fazer mais para conter as vendas do opióide sintético fentanil, em meio a uma crise de overdose de opiáceos nos Estados Unidos.
O gabinete do Representante de Comércio dos EUA publicará detalhes adicionais e listas dos tipos de produtos específicos afetados pelo anúncio. O gabinete planeja conduzir um processo de exclusão de produtos sujeitos à tarifa adicional.