Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

CPI contra padre Julio Lancellotti é alvo de críticas por toda a sociedade

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Quinta, 04 de Janeiro de 2024 às 12:04, por: CdB

Em nota, o padre Julio Lancellotti disse que as CPIs são legítimas, mas informou que não pertence “a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o poder público municipal”.


Por Redação, com Poder360 - de São Paulo


A Câmara Municipal de São Paulo deve abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar organizações não governamentais que atuam na região da Cracolândia, área no centro da capital paulista ocupada por usuários e dependentes de drogas. A atuação do padre Júlio Lancellotti será um dos alvos do colegiado.




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O autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), afirma que Júlio Lancellotti (foto) é um “servo do petismo”

As assinaturas necessárias foram já colhidas e o pedido foi protocolado em 6 de dezembro do ano passado. No entanto, isso não significa que a comissão será imediatamente instalada: há uma fila de proposições de outras CPIs na Câmara e o requerimento ainda precisaria ser aprovado em plenário.


O requerimento afirma que a CPI terá “a finalidade de investigar as ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.


O autor da proposta é o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), um dos cofundadores do MBL (Movimento Brasil Livre). Ele afirmou que o principal da CPI será o padre Lancellotti, que desenvolve há anos um trabalho de cuidado com pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Também será alvo dessa CPI o movimento “A Craco Resiste”.


Nas redes sociais, Rubinho Nunes afirmou que o padre Lancellotti e “muitos outros lucram politicamente” com o caos instaurado na Cracolândia. “A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de São Paulo vai investigar toda essa máfia da miséria que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas.”



O outro lado


Em nota, o padre Julio Lancellotti disse que as CPIs são legítimas, mas informou que não pertence “a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o poder público municipal”.


“A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo que, por sua vez, não se encontra vinculada, de nenhuma forma, às atividades que constituem o requerimento aprovado para criação da CPI em questão.”


A Craco Resiste, por sua vez, informou que não é uma ONG. “Somos um projeto de militância para resistir contra a opressão junto com as pessoas desprotegidas socialmente da região da Cracolândia. Atuamos na frente da redução de danos, com os vínculos criados com as atividades culturais e de lazer. E denunciamos a política de truculência e insegurança promovida pela prefeitura e pelo governo do estado”, declarou.


“Quem tenta lucrar com a miséria são esses homens brancos cheios de frases de efeito vazias que tentam usar a Cracolândia como vitrine para seus projetos pessoais. Não é o primeiro e sabemos que não será o último ataque desonesto contra A Craco Resiste”, completou o movimento.



PT critica


Representando a oposição, o líder do PT na Câmara, vereador Senival Moura, contestou a criação da CPI. Para ele, a medida é um “desrespeito” ao trabalho social e humanitário desenvolvido pelo padre e “parece mais uma tentativa de cercear vozes críticas do que uma busca legítima por transparência”.


– Como líder da bancada de vereadores do PT na Câmara de São Paulo, expresso minha profunda indignação com a aprovação da criação da CPI das ONGs, que tem o Padre Julio Lancellotti como alvo. Essa medida parece mais uma tentativa de cercear vozes críticas do que uma busca legítima por transparência. É um claro desrespeito ao trabalho social e humanitário desenvolvido pelo Padre Júlio, que tem sido uma voz incansável na defesa dos mais vulneráveis. Vamos resistir contra essa instrumentalização política e lutar pela preservação dos valores democráticos e sociais – declarou Senival.


A vereadora do PT Luna Zarattini informou ter protocolado na quarta-feira uma denúncia contra Rubinho Nunes na Corregedoria da Câmara. “Acabamos de protocolar uma representação na Corregedoria da Câmara contra o vereador bolsonarista que tenta perseguir e atacar o padre Julio”, disse ela, em vídeo publicado nas redes sociais.




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