Quando ajustada à inflação, a cotação está longe do topo de 1980, que hoje equivale a mais de US$ 3.000 (R$ 15.075) por onça. O que explica: a recente disparada do ouro, que sobe 27% nos últimos seis meses, não tem um fator único e claro, de acordo com os agentes que acompanham o setor.
Por Redação, com Bloomberg - de Londres
O ouro abriu o pregão nas principais bolsas de valores do mundo em alta, nesta terça-feira, após encerrar seu sétimo pregão seguido, na véspera, com renovação do recorde de preço nominal. O metal fechou em alta de 0,3%, com a onça cotada a US$ 2.336 (R$ 11.739) após ter batido em US$ 2.353 (R$ 11.824) durante o dia.
Quando ajustada à inflação, a cotação está longe do topo de 1980, que hoje equivale a mais de US$ 3.000 (R$ 15.075) por onça. O que explica: a recente disparada do ouro, que sobe 27% nos últimos seis meses, não tem um fator único e claro, de acordo com os agentes que acompanham o setor.
Motivos
Entre as razões que levaram a commodity ao seu preço mais alto, em décadas, estão as compras da China. O Banco Central chinês disse, em nota, ter adicionado 160 mil onças às suas reservas em março, em um movimento que foi intensificado a partir das sanções econômicas impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia. O aumento das reservas de Pequim no ano passado foi o maior desde 1977.
Os conflitos geopolíticos também permanecem no radar dos investidores. As guerras em Gaza e na Ucrânia aumentaram as tensões entre as principais potências do mundo e também são apontadas como um fator de pressão para a cotação.
A queda dos juros, nas principais economias do mundo também contribui para a elevação no preço do ouro, que costuma se beneficiar em momentos de juros menores. Por não oferecer um rendimento aos investidores, fica menos atrativo quando os títulos do Tesouro norte-americano pagam mais.
Contexto
Nas últimas semanas, no entanto, os dados da economia norte-americana vieram mais fortes do que o esperado, em um sinal de menos cortes de juros neste ano.
Era esperado que o contexto tiraria força do ouro, mas isso não aconteceu e acabou surpreendendo os analistas, segundo a agência norte-americana de notícias Bloomberg.
Uma hipótese citada é a aposta de operadores de que os dados da inflação nos EUA, em março, divulgados na próxima quarta-feira, irão ajudar no processo de redução das taxas.