Trata-se da terceira elevação consecutiva da Selic. Em linha com a edição mais recente do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica subiria entre 0,75 e 1 ponto percentual (pp) nesta reunião, para 12% ao ano (aa).
Por Redação – de Brasília
Pressionado pela alta do dólar e do preço dos alimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, no teto das previsões dos economistas ouvidos em pesquisa setorial. A reunião foi a última sob o comando de Roberto Campos Neto na Presidência do BC. Em janeiro, o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assume a Presidência da autoridade monetária.
Trata-se da terceira elevação consecutiva da Selic. Em linha com a edição mais recente do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica subiria entre 0,75 e 1 ponto percentual (pp) nesta reunião, para 12% ao ano (aa).
No comunicado da última reunião, no início de novembro, o Copom informou que a incerteza nos Estados Unidos se ampliou. Sem citar diretamente a eleição do ex-presidente Donald Trump, o texto mencionou “a conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano)”.
Selic
Quanto ao cenário doméstico, o Copom informou que está acompanhando a política fiscal e cobrou ajustes dos gastos públicos.
Nesta quarta-feira, ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão. Após passar um ano em 13,75% ao ano entre agosto de 2021 e agosto de 2022, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano.
Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, no menor nível desde fevereiro de 2022, mas começou a elevar a Selic em julho deste ano.
Inflação
Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou para o prolongamento do ciclo de alta da Selic. O órgão informou que o cenário econômico exige uma política monetária contracionista e não descartou um aumento no ritmo de alta dos juros. Os membros do colegiado afirmaram que todos concordaram em iniciar o ciclo de alta de forma gradual, principalmente pelo contexto de incertezas domésticas e externas.
Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2024 subiu de 4,71% há quatro semanas para 4,84%. Isso representa inflação acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.