Após a votação, Castillo usou sua conta no Twitter para celebrar a decisão. "Saúdo que prevaleceu o bom senso, a responsabilidade e a democracia. Reconheço os parlamentares que votaram contra a vacância e respeito a decisão dos que votaram.
Por Redação, com ANSA - de Lima
Pela segunda vez em oito meses, o Congresso do Peru rejeitou uma moção de destituição do presidente do país, Pedro Castillo. A votação encerrada na madrugada desta terça-feira teve apenas 55 dos 87 votos necessários para a abertura do processo que, na prática, é o impeachment.
Os demais votos se dividiram entre contrários (54) e abstenções (19) e o pedido foi arquivado. Dessa vez, os opositores fizeram o pedido acusando Castillo de corrupção.
O mandatário chegou a fazer sua defesa no Congresso na segunda-feira e afirmou que "não havia fundamentos" para pedir sua destituição. "Na moção, há apenas hipóteses sem nenhuma confirmação, especulações, relações imaginárias com a minha pessoa sem ter nenhum apoio nos fatos", disse aos presentes segundo repercutiu o jornal "A República".
Após a votação, Castillo usou sua conta no Twitter para celebrar a decisão. "Saúdo que prevaleceu o bom senso, a responsabilidade e a democracia. Reconheço os parlamentares que votaram contra a vacância e respeito a decisão dos que votaram. Convoco a todos para fecharem esta página e trabalharmos juntos pelos grandes desafios do país", postou.
Desde que assumiu o poder, em julho do ano passado, ao derrotar a candidata da direita, Keiko Fujimori, Castillo, que é de esquerda, vem sendo alvo de pedidos de destituição por parte da oposição. Dois deles foram ao Congresso: o rejeitado nessa terça-feira e um rebatido em dezembro do ano passado, no caso, por "permanente incapacidade moral" para a função.
Crise política
Em janeiro desse ano, a Procuradoria-Geral do Peru anunciou que vai abrir uma investigação contra Castillo por conluio e tráfico de influência ao fim do seu mandato, já que a Constituição do Peru impede ações contra o presidente durante o tempo que ele ocupe a função.
O país sul-americano vive uma crise política constante há mais de 20 anos, tendo praticamente todos os ex-presidentes ainda vivos presos por crimes durante mandatos. Os dois últimos presidentes eleitos renunciaram e vários foram alvos de pedidos de abertura de impeachment.