Com o resultado, a confiança dos empresários brasileiros chegou a 97,1 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. A queda foi puxada pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro e que recuou 3,1 pontos, chegando a 97,9 pontos.
Por Redação, com ACS/BC - de Brasília
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) teve queda de 0,4 ponto na passagem de setembro para outubro deste ano. Essa foi a primeira queda depois de cinco altas consecutivas.
Com o resultado, a confiança dos empresários brasileiros chegou a 97,1 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. A queda foi puxada pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro e que recuou 3,1 pontos, chegando a 97,9 pontos.
Já o Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção dos empresários sobre o presente, subiu 3,6 pontos, em sua sexta alta consecutiva chegando a 96,6 pontos.
— O recuo discreto da confiança empresarial pode ser entendido como um movimento de acomodação após uma sequência de altas que levaram o índice ao nível do período anterior à chegada da pandemia da covid-19 no país — disse o pesquisador da FGV Aloisio Campelo Jr.
Desânimo
O ICE consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV: indústria, serviços, comércio e construção. Entre os setores, apresentaram altas a indústria (4,5 pontos) e a construção (3,7 pontos). Por outro lado, tiveram queda as confianças dos empresários de serviços (-0,4 ponto) e do comércio (-3,8 pontos).
Em linha com o desânimo do empresariado, analistas de mercado fizeram leves ajustes em suas estimativas econômicas, passando a ver inflação acima de 3% este ano e crescimento mais fraco em 2021, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BC) nesta manhã.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano agora é de 3,02%, contra 2,99% na semana anterior. Para 2021 o ajuste foi de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,11%. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Teto de gastos
Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados continuam vendo contração de 4,81% em 2020, mas reduziram a perspectiva de crescimento no ano que vem a 3,34%, de 3,42% antes, na terceira semana seguida de queda. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar este ano na atual mínima histórica de 2%, chegando a 2,75% no final de 2021.
Na semana passada, o BC manteve a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e, apesar de reconhecer uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, manteve sua mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.
Na ata dessa reunião divulgada nesta terça-feira, indicou que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação da sua orientação futura (forward guidance), ainda que o regime do teto de gastos esteja nominalmente mantido. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic a 2% neste ano e também no final do próximo.