Esse visitante cósmico, cuja última passagem visível ocorreu há mais de mil anos, chama atenção pela intensidade da luz e pela facilidade de ser identificado no crepúsculo.
Por Redação, com Giro 10 – de Brasília
Na noite de 27 de outubro, o céu do Brasil se tornou palco de um fenômeno astronômico fascinante. Isso porque o cometa C/2025 A6 (Lemmon) atinge seu pico de brilho, proporcionando um espetáculo raro e marcante para interessados em eventos celestiais.

Esse visitante cósmico, cuja última passagem visível ocorreu há mais de mil anos, chama atenção pela intensidade da luz e pela facilidade de ser identificado no crepúsculo. Em especial, nas regiões com baixa poluição luminosa.
Especialistas notam que a aproximação do cometa ao nosso planeta aconteceu recentemente, no dia 21 de outubro, quando atingiu o perigeu, ou seja, a menor distância da Terra. A partir desse momento, o Lemmon cruza os céus, especialmente do Hemisfério Sul, onde permanece perceptível por quem observa atentamente o horizonte logo depois do pôr do sol. O fenômeno, com brilho crescente, desperta interesse tanto de astrônomos amadores quanto de profissionais. Eles acompanham sua trajetória e intensidade luminosa com entusiasmo científico.
Como identificar o cometa Lemmon?
Observar o cometa Lemmon é uma oportunidade única, uma vez que se estima que ele só volte a cruzar a vizinhança planetária daqui a quase 1,3 mil anos. Durante o pico de luminosidade, o astro localiza-se nas proximidades dos planetas Marte e Mercúrio. Além da estrela Antares, que faz parte da constelação de Escorpião. A indicação principal é olhar para o oeste, logo após o sol se pôr, buscando um espaço de céu aberto, livre de edifícios ou árvores altas que possam obstruir a visão.
Para quem deseja potencializar a experiência, recomenda-se o uso de binóculos, pois o cometa tende a aparecer mais tênue por conta da luz residual do crepúsculo. Além disso, recursos tecnológicos como aplicativos de astronomia, a exemplo do Stellarium, Star Walk e Sky Safari, facilitam a localização exata do objeto celeste. Isso torna o registro ainda mais acessível para todos.
Por que o cometa Lemmon tem ares de surpresa em 2025?
A descoberta do cometa Lemmon aconteceu em janeiro de 2025. Inicialmente, ele mostrava características discretas, sendo visível apenas com instrumentos de observação mais potentes devido à sua baixa magnitude. No entanto, após um evento de nome conjunção solar, ocorrido em agosto do mesmo ano, o corpo gelado surpreendeu ao intensificar drasticamente seu brilho. Ele evoluiu de magnitude 16,5 para 9 em poucas semanas. Atualmente, registra-se entre 4 e 2,5 na escala de magnitude, tornando-se um dos objetos mais brilhantes do período.
Eventos imprevisíveis são frequentes nos comportamentos dos cometas. Mudanças súbitas na emissão de luz ou até fragmentações podem ocorrer devido à interação com o vento solar e à proximidade do Sol, o que aumenta a expectativa e a curiosidade dos estudiosos. De acordo com a Royal Astronomical Society, dificilmente outro corpo celeste será tão facilmente observado em 2025, especialmente tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul.
Quais cuidados tomar e como aproveitar melhor a visualização?
Para garantir uma experiência bem-sucedida ao tentar observar o cometa Lemmon, algumas recomendações são fundamentais. O observador deve procurar áreas afastadas dos grandes centros urbanos, onde a poluição luminosa interfere menos no espetáculo celeste. A orientação é sempre olhar para o horizonte oeste, logo após o pôr do sol, priorizando dias de céu limpo e sem nuvens baixas.
Utilizar equipamentos simples: binóculos já melhoram significativamente a visualização.
Buscar orientação tecnológica: aplicativos de astronomia são aliados para encontrar a posição do cometa.
Chegar cedo ao local de observação: o crepúsculo é um momento rápido, por isso a preparação antecipada faz diferença.
Registrar o momento: câmeras podem ajudar a guardar recordações dessa passagem singular.
Vale destacar que, pelo comportamento imprevisível dos cometas, o Lemmon pode intensificar ou perder o brilho de forma repentina, sendo aconselhável aproveitar cada noite de céu adequado, pois o espetáculo é passageiro.
O que torna o Lemmon especial entre outros cometas?
O cometa C/2025 A6 (Lemmon) se destaca não apenas pela magnitude de brilho, mas também pela raridade da sua passagem por regiões visíveis da Terra. O ciclo de retorno ao Sistema Solar interno, estimado em cerca de 1,3 mil anos, significa que a geração atual tem a única chance de acompanhar esse fenômeno em vida. Além disso, a beleza do Lemmon, cuja cauda e núcleo ficam visíveis mesmo a olho nu sob as condições certas, destaca-se entre outros cometas recentes que permaneceram discretos ou só puderam ser vistos com grandes telescópios.
Eventos como o pico de brilho, os registros fotográficos compartilhados por astrônomos de várias partes do mundo e o envolvimento da comunidade científica internacional contribuem para transformar a passagem do Lemmon em 2025 em uma oportunidade histórica. Esse fenômeno reforça o interesse crescente da sociedade por eventos astronômicos acessíveis e evidencia o papel fundamental da observação do céu noturno como fonte de conhecimento e encantamento sobre o universo.