Após a matéria, que cita os contratos milionários mantidos pela empresa de Feder, justamente no Ministério da Educação, Bolsonaro cedeu às críticas de seus grupos de apoio e refugou da nomeação do secretário da área, no Paraná.
Por Redação - de Brasília
No vergonhoso posto de um dos países com maior evasão escolar, no mundo, o Brasil tende a permanecer, por mais algum tempo, sem um ministro para a pasta da Educação. Após a veiculação de uma reportagem devastadora, no canal norte-americano de TV CNN, na véspera, o presidente Jair Bolsonaro teria desistido de nomear o empresário Renato Feder para o posto.
Após a matéria, de cita os contratos milionários que a empresa de Feder mantém, justamente no Ministério da Educação, Bolsonaro cedeu às críticas de seus grupos de apoio e refugou da nomeação do secretário da área, no Paraná.
“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná”, escreveu Feder no Twitter.
“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, reafirmou o secretário.
Currículo
Segundo a jornalista Ana Flor, em comentário transmitido por um canal de TV por assinatura, Bolsonaro havia ligado para Renato Feder na noite de quinta-feira “e chegou a convidá-lo para ir a Brasília nesta segunda-feira, numa sinalização de que ele seria nomeado ministro. A ideia não foi adiante”.
“Essa é a segunda vez que Feder foi descartado para o comando do MEC. Ele chegou a encontrar o presidente no Planalto há cerca de 10 dias, antes de Bolsonaro escolher Carlos Alberto Decotelli, que por inconsistências no currículo não chegou a ser efetivado”, acrescenta.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, apenas no final de março já haviam cerca de 77,6 milhões de jovens sem estudar devido à escolas fechadas de apenas 85 países, incluindo o Brasil.
Pandemia
Ainda que muitas escolas tenham mantido as aulas em formato de Ensino a Distância (Ead), as possibilidades de melhorias em diversos setores da educação brasileira são infinitas e precisam ser feitas com criatividade e pensamento coletivo, tanto para os estudantes iniciantes quanto para manter aqueles que já estudam, mas que desejam ou precisam parar os estudos, principalmente neste momento com a pandemia.
Pegando uma amostragem de 100 país, vemos que o Brasil também se posiciona em 56º lugar no ranking do maior número de estudantes fora da escola, - o que representa uma média de 8% de jovens sem estudar.