A decisão foi tomada nesta terça-feira pelo conselho de administração da Bienal de Veneza, organizadora do evento, após proposta do diretor artístico da mostra, Alberto Barbera.
Por Redação, com ANSA – de Berlim
O cineasta alemão Werner Herzog, autor de filmes como Aguirre, a Cólera dos Deuses, e Nosferatu, o Vampiro da Noite, recebeu o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra na próxima edição do Festival de Veneza, que acontece entre 27 de agosto e 6 de setembro de 2025.

A decisão foi tomada nesta terça-feira pelo conselho de administração da Bienal de Veneza, organizadora do evento, após proposta do diretor artístico da mostra, Alberto Barbera.
– Estou profundamente honrado por receber o Leão de Ouro pela carreira da Bienal de Veneza. Sempre tentei ser um bom soldado do cinema, e essa me parece uma medalha pelo meu trabalho – disse Herzog. “Mas ainda não me aposentei”, acrescentou.
Segundo o diretor, ele terminou recentemente um documentário na África, Ghost Elephants, e agora está gravando seu próximo longa-metragem, Bucking Fastard, na Irlanda.
– Também estou fazendo um filme de animação baseado em meu romance The Twilight World e interpretarei a voz de um personagem no próximo filme de animação de Bong Joon-ho. Ainda não estou acabado – assegurou.
“Cineasta incansável”
Barbera, por sua vez, definiu Herzog como um “cineasta incansável” e alguém que “percorre incessantemente o planeta Terra, perseguindo imagens jamais vistas, colocando à prova nossa capacidade de olhar, desafiando-nos a ver aquilo que está além da aparência do real, sondando os limites da representação cinematográfica em busca de uma verdade superior e de experiências sensoriais inéditas”.
– Considerado um dos maiores inovadores do Novo Cinema Alemão, ele nunca parou de testar os limites da linguagem cinematográfica, negando a distinção tradicional entre documentário e ficção, ao mesmo tempo em que convida a um questionamento radical sobre temas da comunicação, sobre as relações entre imagens e música, sobre a infinita beleza da natureza e sua inevitável corrupção – ressaltou o diretor do Festival de Veneza.
– Genial narrador de histórias insólitas, Herzog é também o último herdeiro da grande tradição do romantismo alemão, um humanista visionário, um explorador incansável dedicado ao nomadismo perpétuo, em busca, como ele disse, de ‘um lugar digno e adequado para o homem’ – acrescentou.