Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Cientistas estudam aparecimento de 500 botos nas praias do Rio

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Sábado, 07 de Janeiro de 2023 às 07:51, por: CdB

Essa é a primeira vez que um grupo tão grande é encontrado nas praias do Rio nos últimos 30 anos. O objetivo da investigação é saber a origem desses animais e se algum deles se integrou à população da Baía de Guanabara.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vão investigar o aparecimento de cerca de 500 golfinhos da espécie boto-cinza (Sotalia guianensis), entre adultos, juvenis e filhotes, na Baía de Guanabara e em praias da cidade do Rio de Janeiro. Eles foram vistos na última quarta-feira e a imagem encantou cariocas e turistas.

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Estudos serão feitos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Essa é a primeira vez que um grupo tão grande é encontrado nas praias do Rio nos últimos 30 anos. O objetivo da investigação é saber a origem desses animais e se algum deles se integrou à população da Baía de Guanabara.

De acordo com José Lailson Brito, oceanógrafo e um dos coordenadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Uerj (Maqua), os animais provavelmente são da Baía de Ilha Grande e fizeram o deslocamento até a cidade do Rio de Janeiro em busca de alimentos.

– Nós acreditamos que sejam botos de Baía de Ilha Grande, porque somente na Baía de Ilha Grande os boto-cinza fazem grupos extremamente grandes como esses que nós vimos por aqui. A outra coisa que chamou a atenção é que o grupo tinha a presença de muitos filhotes, de jovens e filhotes, que também é bem característico desses grandes grupos da Baía de Ilha Grande – explicou o oceanógrafo.

José Lailson disse que a pesquisa vai ser feita a partir de catálogos de fotos de botos do Estado do Rio de Janeiro. As fotografias vão ser comparadas com as imagens registradas na quarta-feira. “A partir daí, a gente espera começar a explicar quem são esses animais que vieram pra cá e reunir mais informações para saber o que realmente eles estavam fazendo por aqui”.

Baía de Guanabara

O diretor do Instituto Mar Urbano, biólogo marinho Ricardo Gomes, explica que com a melhoria das condições da água (na Baía de Guanabara) o fenômeno pode passar a ser visto mais vezes. “Tudo indica que com o tratamento, o saneamento sendo feito, o tratamento do esgoto sendo feito pela Águas do Rio, tudo indica que a condição ambiental aqui das nossas praias vai melhorar, e eu espero que um avistamento desses seja uma coisa mais corriqueira no futuro”.

Outra característica considerada interessante da passagem dos golfinhos foi o aparecimento de fêmeas, que podem ajudar a repovoar a área da Baía de Guanabara, com população atual menor que 30. Na década de 80, o local já chegou a ter cerca de 400 golfinhos.

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